Terça Feira – 28ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs22405534_1461967483888472_5146292313727031303_n
“Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade”!
Infelizmente muitos cristãos católicos andam agindo como fariseus ao tentar viver de aparências, ou seja, mostrar aos outros aquilo que na verdade não o é.
Os fariseus na verdade tentavam trazer Jesus para o seu lado, assim como muitos poderosos da política e da religião por vezes tentam usar de figuras santa da Igreja como o fizeram em passado recente com Madre Paulina, Frei Damião, Beata Irmã Dulce, Madre Teresa e tantos outros. É uma pose para foto, uma doação interesseira e por aí vai.
Na casa de Simão, um fariseu percebe-se que há entre Jesus e os fariseus uma mescla de simpatia e resistência. Da parte de Jesus a simpatia para aproveitar os momentos para anunciar o seu reino e da parte dos fariseus a simpatia por causa da influência que Jesus exercia sobre o povo e resistência pelo fato de Jesus colocar a misericórdia e o amor acima da lei.
Nossas comunidades precisam não se deixar enganar pelas aparências, se nossas celebrações não expressarem a vida da comunidade, é sinal de que o farisaísmo tomou conta.
Imaginem querer celebrar na humilde capela de madeira e chão sem piso usando vasos de ouro e vestes caras. Isto seria uma afronta aos membros da comunidade.
São Rafael Arnaiz Baron, monge trapista espanhol em seus Escritos espirituais nos ensina: Deus encontra-se no coração desapegado, no silêncio da oração, no sofrimento como sacrifício voluntário, no esvaziamento do mundo e das suas criaturas. Deus está na cruz, e enquanto não amarmos a cruz não o veremos, não o sentiremos. Calai-vos, homens, que não parais de fazer barulho!
Ah, Senhor, que feliz me sinto no meu retiro, como te amo na minha solidão, quereria oferecer-te aquilo que já não tenho, pois já te dei tudo! Pede-me Senhor. Mas que posso eu dar-te? O meu corpo, já o possuis, é teu; a minha alma, Senhor, por quem suspira ela, se não por ti, para que tu no fim venhas tomar posse dela? O meu coração está aos pés de Maria, chorando de amor e sem mais nada querer a não ser a ti. A minha vontade: por acaso desejo eu, Senhor, alguma coisa que tu não desejes? Diz-me; diz-me, Senhor, qual é a tua vontade e colocarei a minha em uníssono com a tua. Amo tudo o que tu me envias e me dás, quer seja a saúde; quer seja a doença; quer seja estar aqui ou ali; ou ser uma coisa ou outra; toma a minha vida, Senhor, quando quiseres. Como é possível não ser feliz assim?
Se o mundo e os homens soubessem! Mas não o saberão: estão demasiado ocupados com os seus interesses, têm o coração demasiado cheio de coisas que não são Deus. O mundo vive muito com uma finalidade terrena; os homens sonham com esta vida em que tudo é vaidade, e assim não conseguem encontrar a verdadeira felicidade, que é o amor de Deus. Talvez consigam chegar a compreender essa felicidade, mas para a sentirem, são muito poucos os que renunciam a si próprios e tomam a cruz de Jesus (cf Mt 16,24), mesmo entre os religiosos. Senhor, as coisas que Tu permites! A tua sabedoria sabe o que faz. Mas me segura na tua mão e não permitas que os meus pés escorreguem, pois sem ti quem virá em meu socorro? E se o Senhor não edificar a casa (Sl 127,1)… Ah Senhor, como Te amo! Até quando, Senhor?
Disse um dia o Senhor a Santa Teresa D’Avila: “não tinhas sido, até aqui, completamente minha; agora que és integralmente minha, fica a saber que Eu sou teu completamente. Deus arde de um desejo extremo de Se unir a nós; mas é preciso que também nós zelemos no cuidado de nos unirmos a Deus”.
Na leitura da carta de são Paulo aos gálatas retomamos o lema da campanha da fraternidade deste ano de 2014, ou seja, é para a liberdade que Cristo nos libertou. A liberdade verdadeira consiste em se deixar conduzir pelo Espírito de Cristo, abrindo-se a uma vida nova, já não nos sujeitarmos ou agarrar-nos a práticas exteriores ou vãs seguranças que nos afastam da esperança na justificação que só a fé nos permite esperar.
Rezemos com o Salmista: Muito me alegro com os vossos mandamentos, que eu amo, amo tanto, mais que tudo! Elevarei as minhas mãos para louvar-vos e com prazer meditarei vossa vontade por toda a minha vida. Amém.

Reflexão feita pelo diácono Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Gl 5,1-6
Salmo: 118
Evangelho: Lucas 11,37-41