SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

13260043_992163247535567_159495025503483868_nAmados irmãos e irmãs
Um amor tão grande por nós faz com que um Deus se desdobre e seja três. Um Deus que não é egoísta, mas que quis ser comunidade não fez questão do seu eu para deixar valer o nós. Deus é UM em três pessoas, mistério de amor e comunhão, perfeita unidade na diversidade. Por isso, a comunidade humana encontrará a sua verdadeira realização à medida que buscar conviver numa relação de igualdade entre todos os seus membros, respeitando as diferenças.
A expressão “Trindade” não aparece nem no Antigo e nem no Novo Testamento. Para a tradição bíblica, o que Deus é, Uno e Trino, é dito narrativamente na longa história da revelação de Deus ao seu povo. É na história de Jesus Cristo, que Deus se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.
A cada pessoa é atribuída uma ação característica, uma função diríamos assim. O Pai é o criador que envia o Filho com uma missão salvífica, em relação à humanidade. Portanto é errado dizer que o Pai é o Redentor, o Salvador, o Messias ou o Emanuel; pois tudo isto se refere a Jesus.
Assim também não podemos dizer que Jesus é o criador, o Pai, etc.
O Espírito Santo é enviado pelo Pai e pelo Filho para que esteja com os discípulos e conosco na missão de testemunhar o Reino do Pai. Ele é o paráclito, o advogado e o santificador.
A Santíssima Trindade é um dogma que proclama a verdade essencial do mistério da “unidade e trindade de Deus”: um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. É um mistério e lembramos que “mistério” não quer dizer que seja impossível de existir ou de acontecer; “mistério” é apenas algo que a nossa inteligência não é capaz de compreender inteiramente.
Os doutores da Igreja ensinam que ele é o maior de todos os mistérios, a origem e o fundamento de todos os outros.
E foi para manifestar este mistério mais claramente que o próprio Deus desceu da sua morada com os anjos e veio para junto dos homens.
Na Trindade Deus é o AMANTE, Jesus Cristo é o AMADO, o Espírito Santo é o AMOR!
Santo Agostinho, teólogo e doutor da Igreja, tentou compreender este inefável mistério. Ele foi longe, porém, não chegou lá. Absorto e meditativo, em certa ocasião, ele passeava pela praia pedindo a Deus luzes para que pudesse desvendar esse mistério. Encontrou-se com um menino brincando na areia. A criança fazia um trajeto curto e repetitivo: com um copo na mão, continuamente, ele ia e vinha; enchia o copo com água do mar e a despejava num pequeno buraco feito na areia da praia.
Curioso, Agostinho perguntou à criança o que ela pretendia com aquilo. O menino respondeu que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. O Santo explicou a ele que seria impossível realizar o que queria. O menino desconhecido, então, argumentou: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que o mistério da Santíssima Trindade ser compreendido”. E a criança desapareceu: era um anjo.
Agostinho entendeu a lição. Ele concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder entender toda a dimensão de Deus. Por mais que se esforce, jamais o homem poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só compreenderemos plenamente a Deus na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Na primeira leitura do livro do Êxodo depois de ter obtido o perdão de Deus para o Povo, Moisés sobe sozinho à presença de Deus levando duas novas tábuas de pedra sobre as quais seriam gravados os mandamentos da aliança. Deus aproxima-se de Moisés “na nuvem”: símbolo que exprime a presença do Deus que vem ao encontro do homem. Para o homem Deus é sempre o mistério que a “nuvem” esconde e revela. Para entrarmos no mistério de Deus, é preciso estabelecer com Ele uma relação de proximidade, de comunhão, de intimidade que nos leve ao encontro da sua voz e dos seus valores. Nosso Deus tem um coração cheio de amor, de bondade, de ternura, de misericórdia, de fidelidade e por isto apesar de o seu Povo ter violado os compromissos que assumiu, Deus não só perdoa o pecado do Povo, mas propõe o refazer da “aliança”.
Na segunda leitura da segunda carta aos coríntios o mais notável é a fórmula final de saudação: “a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”. É a mais clara citação trinitária de todo o Novo Testamento. Interessante notar que esta continua sendo a saudação do início de nossas Celebrações Eucarísticas o que demonstra plena sintonia do Espírito que é o mesmo de sempre.
Rezemos com o Salmista: Bendito sejais vós que sondais os abismos e estais sentados sobre os Querubins: digno de louvor e de glória para sempre. Bendito sejais no firmamento dos céus: digno de louvor e de glória para sempre. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Êx 34,4b-6.8-9
Salmo: Dn 3,52-56
2ª. Leitura: 2Cor 13,11-13
Evangelho: Jo 3,16-18