Sexta- Feira: Reflexão da Festa de Santa Rosa de Lima – 23/08/2019


Amados irmãos e irmãs
“O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo”.
O Evangelho de hoje nos narra duas parábolas e na primeira parábola o homem encontra o tesouro, sem buscá-lo; na segunda, ele procura a pérola preciosa. Estas duas parábolas são inseparáveis e complementares. Por isso, há de se supor que o comerciante que compra a pérola experimenta a mesma “alegria” que o homem que compra o campo por causa do tesouro.
Olhando para estas duas parábolas podemos dizer que eles fizeram aos olhos humanos um grande investimento; vender tudo que tem e arriscar-se para ter rendimento maior. No caso do reino na verdade não é um investimento ou aplicação, mas a simples certeza de que nada pode haver de mais precioso do que a glória dos céus.
Se na parábola se mostra a esperteza nos negócios; decidir rapidamente antes que outro o faça. Assim deve agir o discípulo quando se defronta com o Reino e descobre seu valor infinito: “vender tudo quanto possui” para adquiri-lo; os santos a exemplo de Santa Rosa de Lima souberam como ninguém agir assim.
Este Evangelho também nos faz lembrar que nos tempos atuais ninguém quer perder, todo mundo só visa ganho e lucro. Muitos pseudo cristãos se aproveitaram disto e adaptaram a Palavra de Deus aos seus interesses pessoais que visam somente a riqueza material. Estejamos atentos; pois esta nova teologia chamada por alguns de teologia da prosperidade parece nada conter daquilo que o Mestre Jesus nos ensinou.
Santa Teresa de Ávila carmelita e doutora da Igreja na obra Castelo interior, quinta morada, cap. 3 nos ensina que Deus só nos pede duas coisas: que o amemos e que amemos o nosso próximo. E esse deve ser objetivo dos nossos esforços. Se realizarmos essas duas coisas de maneira perfeita, fazemos a sua vontade e estamos unidos a Ele. Mas que longe estamos de cumprir esses dois deveres de modo digno dum tão grande Deus! Que Ele se digne conceder-nos a sua graça, para que mereçamos lá chegar, pois isso está ao nosso alcance, se assim o quisermos.
O meio mais seguro, quanto a mim, de saber se cumprimos esses dois preceitos, é ver se amamos verdadeiramente o nosso próximo. Amamos a Deus? Não podemos ter a certeza, mesmo que tenhamos indícios muito fortes. Mas podemos seguramente saber se amamos o próximo. Tende a certeza de que, quanto mais descobrirdes em vós progressos no amor ao próximo, mais vos adiantareis no amor de Deus. O amor que Nosso Senhor nos dá é tão grande que, em troca do amor que temos ao próximo, faz crescer de mil maneiras o amor que temos por Ele; quanto a isso não tenho a menor dúvida. Eis por que razão é tão importante considerar como amamos o próximo; se o fizermos de modo perfeito, podemos descansar. Pois, quanto a mim, a nossa natureza é tão má que, se o nosso amor ao próximo não se enraizasse no próprio amor de Deus, não se poderia tornar perfeito em nós. Comentando estas palavras de Santa Teresa diríamos que cremos estar aí o grande tesouro ao qual todos devemos procurar, tal e qual a abelha busca a flor e o afogado busca o ar!
Na segunda Carta aos Coríntios, Paulo nos ensina que nunca devemos nos gloriar, mas toda glória seja no Senhor.
Que possamos nos consagrar com um amor santo e irrepreensível a Deus; onde nossas vidas já não mais nos pertençam e aí possamos repetir com o apóstolo: “ Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”!.

Rezemos com o Salmista: Vós, jovens, vós, moças e rapazes, louvai todos o nome do Senhor! A majestade e esplendor de sua glória Ultrapassam em grandeza o céu e a terra. Ele exaltou seu povo eleito em poderio, Ele é o motivo de louvor para os seus santos. É um hino para os filhos de Israel, Este povo que ele ama e lhe pertence. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 2 Coríntios 10,17-11,2
Salmo: 148
Evangelho: Mateus 13,44-46