Sexta Feira – 5ª. Semana da Páscoa

Amados irmãos e irmãs

“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça”.
O amor fraterno é um amor de oblação que nos leva a dar a vida como Jesus no lá deu. O que Jesus nos pede é justamente este amor sem reservas, mas não só para com Ele, mas principalmente para com os irmãos. O amor é exigência e condição de uma vida cristã autêntica, sem hipocrisias. A medida do amor fraterno é a medida do amor de Jesus
Se amar o próximo como a nós mesmos não é fácil; imagine amar o próximo como Jesus nos ama, é muito mais difícil e às vezes soa como que impossível. É o amor cristão. O modelo do amor cristão é um homem-Deus crucificado e ressuscitado, que nos amou até ao sacrifício de si mesmo. Ser discípulo de Cristo consiste em amar o irmão até dar a vida por ele, tal como fez Jesus. Dar a vida não significa necessariamente sofrer o martírio; mas sim gastar-se, deixar se consumir no serviço àqueles que estão ao nosso lado, que precisam de nós. Significa suportar silêncios e não escandalizar com as contradições e pecados, aceitando cada um como é e não como gostaríamos que fosse.
São Clemente de Roma, papa do primeiro século na Carta aos Coríntios nos ensina: Quem possui a caridade de Cristo cumpra os mandamentos de Cristo. Quem poderá descrever o vínculo da caridade divina? Quem poderá exprimir a magnificência da sua beleza? A altura a que nos eleva a caridade é inexprimível. A caridade une-nos a Deus, a caridade cobre a multidão dos pecados (1Pd 4,8), a caridade tudo aceita, tudo suporta com paciência. Nada há de indigno na caridade, nada de soberbo. A caridade não admite cismas, não promove discórdias, tudo realiza em perfeita harmonia; na caridade encontram a perfeição todos os eleitos de Deus, e sem a caridade nada é agradável a Deus. Na caridade nos acolheu o Senhor; pela sua caridade para conosco, Jesus Cristo nosso Senhor, segundo a vontade divina, derramou o seu sangue por nós, imolou a sua carne para redimir a nossa carne, deu a sua vida para salvar a nossa vida. Vede amados irmãos, como é grande e admirável a caridade, e como é inefável a sua perfeição. Quem é capaz de praticá-la perfeitamente, a não ser aqueles a quem Deus torna dignos? Oremos, portanto, e supliquemos a sua misericórdia, para que nos faça viver na caridade, livres de toda a parcialidade humana. Passaram todas as gerações, desde Adão até hoje; mas aqueles que, por graça de Deus, foram perfeitos na caridade, alcançaram a terra dos santos e hão de manifestar-se quando aparecer o reino de Cristo.
Felizes de nós, irmãos caríssimos, se cumprirmos os preceitos de Deus na concórdia da caridade, porque pela caridade alcançamos o perdão dos pecados.
Na leitura dos Atos dos Apóstolos vemos que do Concílio de Jerusalém saiu uma resolução oficial sobre a questão da obrigatoriedade da Lei para os pagãos que se convertiam à fé, e foi escolhida uma delegação que, com Paulo e Barnabé, fosse comunicá-la, pessoalmente e por escrito, à igreja de Antioquia. O documento escrito repete os pontos essenciais do acordo obtido. Além de ser enviado a Antioquia, é também remetido às igrejas vizinhas que, de algum modo, tinham sido envolvidas na polêmica dos judaizantes.

Rezemos com o Salmista: Meu coração está pronto, meu Deus, está pronto o meu coração! Vou cantar e tocar para vós: desperta, minha alma, desperta! Despertem a harpa e a lira, eu irei acordar a aurora!
Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos, dar-vos graças por entre as nações! Vosso amor é mais alto que os céus, mais que as nuvens a vossa verdade! Amém

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: At 15,22-31
Salmo: 56
Evangelho: Jo 15,12-17