Sexta Feira – 3ª Semana da Páscoa

18221617_1307455686006320_3894440948340049762_nAmados irmãos e irmãs
“Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim”.
Pode parecer esquisito dizer beber sangue e comer carne humana; parece canibalismo; mas para nós que o fazemos não é. Trata sim de um grande mistério da nossa fé. Ademais Jesus não ofereceu a carne e o sangue de outra vítima humana, mas sim a sua própria carne e sangue que antes de carne e sangue humanos soa carne e sangue de um Deus.
A Eucaristia nos torna imortal porque recebemos a carne e o sangue daquele que é Eterno.
Pela leitura do livro dos Atos podemos concluir que Paulo não era do grupo dos doze, mas Cristo o chamou. “Saulo, Saulo, por que me persegues?” O mesmo Jesus que diz a frase anterior é o que agora diz: “Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel. Eu lhe mostrarei tudo o que terá de padecer pelo meu nome”.
Jesus chama Paulo mostrando o que ele fazia de errado para em seguida dizer eu apesar disto é ele quem vai ser o apóstolo dos gentios. Olhemos também as muitas vezes em que Jesus aponta nossas falta e nós só temos olhos para elas e por isto julgamos indignos e não merecedores. Lembre-se de que nunca teremos méritos algum diante de Deus, pois todos os nossos méritos vem da Cruz de Cristo; mas apesar disto Ele quer nos usar. Se Ele te chamou e você é alcoolista é porque Ele necessita de alguém que tenha esta experiência, se você é prostituta, garoto de programa, assaltante de banco, corrupto, etc.; é porque Jesus está necessitando de alguém com este perfil para ser testemunha viva da sua glória e de seu poder.
Nesta passagem vemos que Paulo foi chamado e disse sim, mas precisava ter legitimado o envio e neste caso Ananias representa a Igreja que batiza e envia; portanto que ninguém se arvore em dizer enviado se não tiver o aval da Igreja de Jesus. O chamado e a resposta são pessoais, mas o envio é da Igreja. A Igreja aqui na terra ratifica, dá autenticidade ao chamado. Aos que perguntarem com que autoridade a Igreja faz isto basta lembrar o diálogo entre Jesus e Pedro: “… o que ligardes na terra será ligado no céu e o que desligardes na terra será desligado no céu”. (Mt 16,19)
Por fim lembramos uma frase de dom Henrique Soares Bispo de Palmares PE: Um católico nunca deve dizer “nossa Igreja”. O correto é dizer “A Igreja de Cristo”. A Igreja não é nossa; é de Cristo; não é a simples soma de cristãos, Ela é nossa mãe, mãe de todos nascidos de seu útero eu é a pia batismal.
Nas Catequeses da Igreja de Jerusalém aos novos batizados (séc. IV)
N° 4; SC 126 se ensinava: Se o próprio Cristo declarou, a propósito do pão: Isto é o meu corpo, quem se atreverá a hesitar? E se Ele próprio afirmou categoricamente: Este é o cálice do meu sangue, quem poderá duvidar? É, pois com plena certeza que participamos no corpo e no sangue de Cristo. Pois, sob o aspecto do pão, é o corpo que te é dado; e sob o aspecto do vinho, é o sangue que te é dado, a fim de que, participando do corpo e do sangue, te tornes um só corpo e um só sangue com Cristo. Desta maneira, diz São Pedro, tornamo-nos participantes da natureza divina (2Pd 1,4).
Anteriormente, Cristo declarara, dirigindo-se aos judeus: Se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós. Mas eles, não compreendendo estas palavras espirituais, afastaram-se escandalizados. Na Antiga Aliança, também havia os pães da oferenda; mas agora já não há motivo para se oferecerem os pães da Antiga Aliança. Na Nova Aliança, há um pão descido do céu e um cálice da salvação (Jo 6,41; Sl 115,4). Pois, assim como o pão é bom para o corpo, assim o Verbo é conveniente para a alma.
Também o Santo Profeta Davi explica o poder da Eucaristia quando afirma: Para mim preparais a mesa, à vista dos meus adversários (Sl 22,5). De que fala ele aqui, senão dessa mesa misteriosa e mística que Deus nos preparou contra o nosso inimigo, o demônio? E o cálice inebria-me como o melhor vinho (v. 5, LXX). Neste versículo, refere-se ao cálice que Jesus tomou em suas mãos quando deu graças e disse: Este é o cálice do meu sangue, derramado pela multidão em remissão dos pecados (Mt 26,28). David também dizia a este propósito: O vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe faz brilhar o rosto, e o pão, que lhe robustece as forças (Sl 103,15). Robustece o teu coração tomando este pão como alimento espiritual, e alegra o coração e a alma.
Rezemos com o Salmista: Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho. Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o! Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Atos 9,1-20
Salmo: 117
Evangelho: João 6,52-59