Sexta Feira – 32ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs 

“Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la”.
Qual a sua reação se descobrisse que a segunda vinda de Jesus é hoje? Começaria a chorar, correria a procura de um padre para confessar, iria atrás de parentes e amigos para pedir perdão, entraria em depressão, etc.
Jesus nos diz para continuarmos normal desde que estejamos no caminho certo; pois aos que não estão não adianta correr.
Os que estão no caminho da perdição terão o mesmo destino daqueles do tempo de Noé e Lot.
Não queiram salvar os bens de sua casa e nem sua própria vida; pois Jesus é taxativo: quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á…
Assim será no dia em que se manifestar o Filho do Homem.
Se este dia fosse hoje com certeza nossas novelas, telejornais, jogos de futebol, bolsa de valores, corrupção, tráfico tudo continuaria como está antes da grande manifestação…
Que não sejamos pegos de surpresa e para que isto não aconteça é preciso permanecer na doutrina e na Palavra; que bom se na sua segunda vinda Jesus nos encontrasse participando da Santa Missa ou rezando o terço, ou melhor, ainda visitando um doente, um preso, dando comida ao faminto; isto é fazendo o Reino acontecer.
O cristão, realmente preocupado com a volta do Senhor, não se acomoda para ficar a espera. Embora veja a fé de muita gente arrefecer, ele persevera na prática do amor e da misericórdia.
Hoje aqui estamos nós diante de um grande dilema: O desânimo de muita gente da Igreja. Tem comunidade que mais parece muro de lamentações tantas são as reclamações do padre, dos irmãos, enfim nada está bom…
Hoje a oração parece que nos incomoda (rezar o terço ou mesmo uma missa e adoração ao Santíssimo torna-se cansativo, enfadonho).
Muitos são os cristãos apenas na aparência. Chega de cristão fingido, parece artista encenando, lugar de artista é televisão e no teatro. Na Igreja de Jesus precisamos de verdadeiros profetas.
São Gregório de Nissa, monge, bispo nos Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n°11, 1 nos ensina que o Senhor fez muitas recomendações aos seus discípulos, para que o seu espírito sacudisse como poeira tudo o que é terreno por natureza e se elevasse ao desejo das realidades sobrenaturais. Isto porque, quando nos voltamos para a vida do céu, temos de ser mais fortes do que o sono e de manter sempre o espírito vigilante. Refiro-me à letargia daqueles que estão afundados na mentira de vida, por esses sonhos ilusórios que são as honras, as riquezas, o poder, a ostentação, o fascínio dos prazeres, a ambição, a sede da fruição, a vaidade, e tudo aquilo que os homens superficiais procuram loucamente, levados pela imaginação. Todas estas coisas desaparecem com a natureza efêmera do tempo; elas pertencem ao campo do parecer; mal parecem existir, logo desaparecem como as ondas no mar. É para que o nosso espírito se liberte destas ilusões que o Verbo, a Palavra de Deus, nos convida a sacudir dos olhos da alma este sono profundo, para que não nos afastemos das verdadeiras realidades, apegando-nos ao que não tem consistência. É por isso que Ele nos propõe a vigilância, ao dizer-nos: Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas (Lc 12,35). Porque, ao brilhar diante dos olhos, a luz espanta o sono, e os rins cingidos com o cinto impedem que o corpo sucumba. Aquele que está cingido pela temperança vive na luz de uma consciência pura; a confiança filial ilumina a sua vida como uma lâmpada. Se vivermos assim, entraremos numa vida semelhante à dos anjos.
Na carta de João vemos a advertência de que muitos sedutores não proclamam o Jesus que se encarnou; mas sim um Jesus inventado por eles e de conveniência, um Jesus que é pura filosofia e das mais baratas o que é pior… Os últimos papas têm insistido e muito que Jesus é uma pessoa. A verdadeira experiência que cada um de nós deve ter é de fazer um encontro pessoal com Jesus.
Rezemos com o salmista: Senhor meu Deus sede bom com vosso servo, faça co m que eu sempre guarde tua Palavra conservando-a no coração. Abri meus olhos para contemplar vossas maravilhas por todo o sempre. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

Leitura: 2 João 4-9 
Salmo: 119
Evangelho: Lucas, 17,26-37