Sexta Feira – 12ª. Semana comum

Amados irmãos e irmãs
“Senhor, se queres, podes curar-me”.
No tempo de Jesus era proibido tocar, ou chegar perto de um leproso. O próprio leproso tinha que alertar as pessoas aos gritos de impuro… Impuro!
O que faz Jesus? Ele quebra esta norma para mostrar que o homem é mais importante e esta acima da lei; mas Jesus não despreza a lei; pois para que a cura se tornasse oficial, de fato era necessária a homologação do templo, através do ritual conduzido pelo Sacerdote. Com isto Jesus quer mostrar que a cura verdadeira de todo ser humano, vem de Deus, onde o rito, e as normas religiosas é apenas um sinal, uma visibilidade da Graça concedida.
Assim sendo vemos hoje que os ritos dos nossos sacramentos são sinais da graça; tornam visível aquilo que é invisível.
A ação de Jesus, que reintegra a pessoa no seio da comunidade e na comunhão com Deus, elimina o equívoco de que Deus esteja na origem de nossos males.
Os leprosos, sem dúvida, se consideravam o lixo da sociedade e aí considerando que a lepra, hoje chamada Hanseníase, está quase que erradicada, há que se perguntar: quem são os leprosos de nossos dias?
Para o nosso Brasil diríamos que são aqueles enumerados no documento de Aparecida como rostos sofredores que doem em nós: os detidos em prisões; os migrantes; os enfermos; os dependentes de drogas e as pessoas que vivem na rua.
A beata Madre Teresa de Calcutá nos ensina que “Atualmente, a doença mais terrível do Ocidente não é a tuberculose nem a lepra; é sentimo-nos indesejados, não amados, abandonados. Sabemos tratar as doenças do corpo pela medicina, mas o único remédio para a solidão, a angústia e o desespero é o amor. São muitas as pessoas que morrem por falta de um pedaço de pão, mas são muitas mais as que morrem por falta de amor. A pobreza no Ocidente é outro tipo de pobreza: não é apenas pobreza de solidão, mas também de espiritualidade. Existe fome de amor como existe fome de Deus”.
Na leitura do segundo livro dos Reis vemos a queda de Jerusalém: matanças, destruições, incêndios. Nem o templo escapa às chamas. O povo é morto, ou deportado com o seu rei e a razão de tudo isto é a infidelidade do povo. Se abrirmos os olhos para o que, se passa no nosso mundo, verificamos que ainda há muito que mudar na humanidade. São tantos os episódios de crueldade humana, no mundo de hoje! É o que sai do coração dos homens, quando não são fiéis a Deus!

Rezemos com o Salmista: Como havemos de cantar os cantares do Senhor numa terra estrangeira? Se de ti, Jerusalém, algum dia eu me esquecer, que resseque a minha mão! Que se cole a minha língua e se prenda ao céu da boca, se de ti não me lembrar! Se não for Jerusalém minha grande alegria! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 2 Reis 25, 1-12
Salmo:136
Evangelho: Mateus 8, 1-4