Sexta – Feira 11ª. Semana comum – Ano Impar 21/06/2019


Amados irmãos e irmãs
Onde está o teu tesouro, aí está o teu coração!
Ajuntar tesouros no céu não significa que existe um lugar onde vamos amontoando virtudes. O céu não é um lugar (espaço físico); por isto o reino começa aqui nesta terra. O céu desceu, já está conosco desde a encarnação do Verbo que instaurou uma nova realidade, uma nova vida que nos foi dada.
Todas as realidades terrestres são passageiras (é como se a traça a corroesse); porém as realidades do céu não há traça que a corroa. Enquanto aqui caminhamos necessitamos da fé, da esperança e do amor-caridade. No céu não mais precisaremos da fé que é um dom e caminho que nos leva ao céu; também a esperança não mais seria necessária; pois estando na presença de Deus ela estará plenamente realizada. Logo apenas o amor permanecerá.
Se o teu tesouro é terreno (dinheiro, poder, jóias, etc.) será nestas coisas que o teu coração estará.
Faça do amor e da esperança o teu tesouro e aí sim o teu coração estará em Deus; claro que os bens terrenos não são totalmente contrários aos bens celestes; nós até precisamos de dinheiro, de trabalho, comida, etc.; para viver a vida terrena; no entanto para a vida eterna que começa aqui e jamais terá fim precisamos muito mais dos bens celestiais.
Santo Ambrósio bispo e doutor da Igreja, ensina: “Tu és guardião dos teus bens, e não proprietário, tu que escondes o teu ouro na terra (Mt 25,25); e tornas-te servo deles, e não senhor. Cristo disse: Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração; ora, o teu coração está no ouro que enterraste. Vende o ouro e compra a salvação; vende o que é da terra e adquire o Reino de Deus; vende o campo e recupera a vida eterna. Dizendo isto digo a verdade, porque me apoio na palavra daquele que é a Verdade: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu (Mt 19,21). Não te entristeças ao ouvir estas palavras, com medo que te seja dito o mesmo que ao jovem rico: Dificilmente entrará um rico no reino dos céus (v. 23). Mais ainda, quando lês esta frase, considera que a morte pode arrancar-te esses bens, que a violência de alguém mais forte que tu podes tirar lhe estes bens. E, no fim de contas, terias preferido bens menores em lugar de grandes riquezas, e trocos em vez de tesouros de graça. Pela sua própria natureza, esses bens são perecíveis e não permanecem para sempre”.
Vale destacar que não podemos cometer o erro de achar que ajuntar bens espirituais é fazer poupança no banco de Deus; primeiro porque Deus não é banqueiro que vai te devolver com juros e correção monetária; e em segundo e mais importante a se destacar é que a salvação não pode ser comprada por mais ninguém, pois Jesus Cristo no la deu gratuitamente com seu sacrifício de Cruz.
Na segunda carta de Paulo aos coríntios vemos que o apóstolo se compara aos que o criticam e enumera qualidades (humanas) tais como ser hebreu, israelita, descendente de Abraão, apóstolo, etc.
Num segundo momento Paulo começa a enumerar aquilo que realmente o faz discípulo de Jesus: perigos, perseguições, fadigas, fome e fraqueza. Na verdade Paulo nos mostra que a Palavra é uma pessoa e esta Pessoa é Jesus Cristo e todo aquele que quer anunciá-lo precisa deixar Cristo se encarnar e dizer: “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”.

Rezemos com o Salmista: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu e de todos os temores me livrou. Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 2 Coríntios 11, 18.21-30
Salmo: 33/34
Evangelho: Mateus 6,19-23