Segunda Feira – 4ª. Semana da Quaresma

27 bAmados irmãos e irmãs
“Se não virdes milagres e prodígios, não credes”.
Este versículo muito bem se aplica a tantos de nós nos tempos atuais já que por vezes vivemos a procura de sinais para que possamos continuar nossa caminhada de fé.
O contraste da acolhida de Jesus na Galiléia em comparação à sua terra é algo que chama a atenção do próprio Jesus.
Um pagão, funcionário do rei é quem vai a Jesus pedir cura para seu filho e não para testar Jesus, mas porque realmente acreditava que Jesus podia salvar seu filho.
O encontro dele com Jesus foi tão expressivo que o olhar de Jesus penetrou tão fundo no seu coração que a fé aflorou de maneira intensa. Ele crê que o filho está curado e em nada questiona Jesus.
O oficial não estava ali por curiosidade; que, aliás, é um perigo atual, pois muitas pessoas procuram lugares santos ou vão a manifestações religiosas mais por curiosidade do que por manifestação de fé autentica vide, por exemplo, as grandes concentrações; onde aliás a mídia também acorre não para noticiar o anúncio do reino mas sim para ver se algo de errado acontece para dar furo de reportagem.
Jesus sabia da reta intenção daquele pagão que após este encontro não só se converteu, mas assim o fez toda sua família. O testemunho de um pai não somente cura o filho, mas fez com que toda a família abraçasse a fé.
O livro Imitação de Cristo, tratado espiritual do século XV IV, 18, nos ensina como proceder ao perceber que estamos querendo explicações de Deus ou até mesmo entender seus desígnios ao dizer: O que perscruta a majestade será oprimido pela sua glória (Prov 25,27 Vulg). Mais pode Deus fazer que o homem compreender. Exigem-se de ti a fé e uma vida sincera, e não a elevação da inteligência ou a sabedoria dos profundos mistérios de Deus. Se não percebes nem apreendes o que te é inferior, como compreenderás o que te está acima? Submete-te a Deus e humilha o teu parecer à fé e ser-te-á dada a luz da ciência, conforme te for útil ou necessário.
Alguns são duramente tentados na fé ou na eucaristia; isso, porém, não se deve atribuir a eles, mas ao inimigo. Não te importes, não discutas com os teus próprios pensamentos, nem respondas às dúvidas insinuadas pelo demônio, mas crê nas palavras de Deus, crês nos seus santos e profetas e de ti fugirá o inimigo. Muitas vezes de muito serve que tais coisas suporte o servo de Deus. Pois que o demônio não tenta os infiéis e pecadores, que já possui com certeza, mas os fiéis devotos, que tenta e humilha de diversos modos.
Caminha portanto com uma fé simples e certa, e aproxima-te do sacramento com suplicante respeito; e o que não consigas perceber, entrega-o com confiança a Deus onipotente. Deus não te engana; mas engana-se aquele que em si próprio crê demais. Caminha Deus com os simples, revela-se aos humildes, dá inteligência aos pequenos, abre os sentidos aos de espírito puro e esconde a graça dos curiosos e soberbos. A razão humana é fraca e pode errar; mas não a verdadeira fé. Todo o raciocínio natural deve seguir a fé, e não precedê-la ou infringi-la.
Na leitura de Isaías a alegria da reconstrução da cidade e do templo após o exílio faz com que os sofrimentos passados sejam apenas recordação. Quão bom seria se nós também pudéssemos na alegria da construção do reino de Deus fazer tornar apenas recordação tudo que nos faz sofrer.
Rezemos com o Salmista: Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria. Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Isaías 65,17-21
Salmo: 29/30
Evangelho: João 4,43-54