Segunda Feira – 4ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãssegunda

“Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, e como se compadeceu de ti”.

Quem são os possessos do mal nos dias de hoje!
Os possessos de hoje são aquelas pessoas que estão escravizadas por tantos vícios ou opressão de poderosos. Muitas vezes, continuamos reféns e escravos das artimanhas dos espíritos do mal quando perambulamos no mundo como quem caminha dentro de um cemitério. Insistimos em viver a cultura da morte.
Um dos problemas mais sérios é que este mal muitas vezes está disfarçado de bem e precisa ser desmascarado. É um mal que desfigura o homem que tira dele a semelhança de Deus e o coloca no nível da mais desprezível criatura. Veja que sempre há alguém que patrocina e leva vantagem e aqui poderíamos elencar o traficante no caso do viciado, o político no caso da corrupção, o latifundiário que invade e expulsa o índio ou o pequeno produtor rural e por aí vai.
Quando Ele “mal” se identifica como Legião é para demonstrar que são muitos os que estão a serviço do mal e consequentemente contra o reino de justiça e paz pregado por Jesus. Muitas pessoas se tornam escravas e agem como reféns não conseguindo a libertação e por isto necessita de um poder maior que só pode ser encontrado em Jesus. Não se trata de encontro, mas de confronto de Jesus com o mal (cf. Mc 1,21-28). O mal ou os muitos males (legião) presente na vida do homem o desfigura. O triunfo de Jesus sobre a “legião” mostra que o Homem não foi feito para o mal, pois é imagem e semelhança de Deus, é templo do Espírito Santo.
O Evangelho diz que quando Jesus subiu na barca, veio o que tinha sido possesso e pediu permissão de acompanhá-lo e Jesus não o admitiu, mas disse-lhe: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor fez por ti, e como se compadeceu de ti”. Então ele foi ele e começou a publicar, na Decápode, tudo o que Jesus lhe havia feito. E todos se admiravam. Esta decisão de Jesus de não querer que o libertado o seguisse é fácil de entender, ou seja, quando nós somos libertados de algum mal não devemos ficar trancafiado agradecendo a Deus, mas devemos sair e anunciar esta libertação que só Ele pode dar.
Para nós da Comunidade Missionária Divina Misericórdia cujo carisma é ser sinal da misericórdia do Pai no mundo de hoje o pensamento do padre Vitus Gustama, svd sobre esta página do Evangelho cai como uma luva, senão vejamos: “O evangelista Marcos usa uma linguagem bem precisa: “Vai-te para tua casa”. Trata-se de um envio missionário, da ordem para uma missão. Como se o Senhor quisesse dizer a este homem: “Vai salvar primeiro os teus. Eles precisam de tua ajuda!… Anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti”. Jesus pede ao homem curado, como pede a cada um de nós, a proclamar a misericórdia de Deus. Sejamos misericordiosos nas nossas palavras e ações de cada dia, pois fomos criados por um gesto misericordioso, fomos feitos por mãos misericordiosas, e fomos idealizados por uma mente misericordiosa. Foi o Deus da misericórdia. E por isso, a misericórdia sempre vai além da justiça. Os que participam de qualquer atividade religiosa, seja oração, seja missa, seja retiro devem ser transformados em missionários–evangelizadores da misericórdia de Deus”.
Na leitura do segundo livro de Samuel vemos que como consequência de seu pecado Davi é perseguido pelo seu próprio filho Absalão. Davi nos dá um exemplo de humildade ao aceitar estas consequências. Sua confiança no Senhor era grande e por isso esperava misericórdia. Espelhando-nos em Davi somos chamados a reconhecer nossos erros e as consequências de nossas ações? Não culpemos Deus pelas consequências de nossas ações.
Rezemos com o Salmista: Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; quanta gente se levanta contra mim! Mas sois vós o meu escudo protetor. Não terei medo de milhares que me cerquem e, furiosos, se levantem contra mim. Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me! Amém.
Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 

Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

 

1ª. Leitura: 2 Samuel 15,13-14.30; 16,5-13

Salmo: 3
Evangelho: Mc 5,1-20