Segunda Feira – 3ª. Semana do Advento

Amados irmãos e irmãs18 do 12
“José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
No evangelho de Lucas lemos a anunciação do Anjo do Senhor a Maria (Lc 1,26-38) ao passo que em Mateus a anunciação do Anjo é feita a José.
O que foi colocado no Ventre de Maria é fruto do Espírito Santo, e quando José em crise decide abandonar a noiva, Deus se manifesta em sonho e o faz mudar seus planos.
Vemos que Deus age, mas não de forma mágica; pois o homem de fé participa diretamente da sua ação. José que era um homem justo fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado, recebeu em sua casa sua esposa e assumiu o filho como seu. Deus age verdadeiramente, mas se não nos colocarmos disponíveis pela força da nossa Fé, perderemos a oportunidade de participarmos da grandiosa obra da Salvação.
Em uma sociedade machista como a daquela época a função de José no plano da salvação seria a de garantir a identidade social do menino Jesus. Em seu papel de pai adotivo, competia-lhe dar, ao menino, o nome – Jesus – e, com isso, evidenciar sua missão de salvador da humanidade.
Precisamos entender que o matrimônio judeu é celebrado em duas etapas: o contrato e a coabitação. Entre o contrato e a coabitação transcorre um intervalo que pode durar um ano. O contrato já pode ser feito quando a moça tem doze anos de idade. Maria está unida a José por contrato, mas ainda não há coabitação. Mas, mesmo não havendo a coabitação a esposa em contrato deve ser fiel ao seu marido como se fosse uma casada.
E nós? Como agimos diante dos planos de Deus por mais absurdos que possam parecer? Quando cada um de nós descobre a própria impotência e pequenez diante da própria existência, então, deve voltar à memória deste relato para descobrir dentro de si a presença de Deus. Deus sempre cumpre sua promessa e a faz, muitas vezes, em forma desconcertante.
Como na vida de José, também às vezes nos são apresentadas situações difíceis e obscuras. Mas elas servem para purificar nossa visão desta vida, para ampliar nosso horizonte e para nos aproximar de Deus e dos seus mistérios.
Santo Afonso-Maria de Ligório bispo e doutor da Igreja nas Meditações para a oitava de Natal, nº 8 nos ensina: O nome de Jesus é um nome divino que o Senhor deu a conhecer a Maria pela voz do arcanjo Gabriel: Ao qual darás o nome de Jesus»(Lc 1,31). Nome que está acima de todo o nome, o único nome pelo qual seremos salvos (Fl 2,9; At 4,12). Esse nome grande é comparado pelo Espírito Santo ao óleo: A tua fama é odor que se difunde (Ct 1,3). Por quê? Porque, explica São Bernardo, tal como o óleo pode ser luz, alimento e remédio, assim o nome de Jesus é luz para o nosso espírito, alimento para o nosso coração, remédio para a nossa alma.
Luz para o nosso espírito: foi o brilho desse nome que fez o mundo passar das trevas da idolatria para a claridade da fé. Nascemos numa terra cujos habitantes, antes da vinda do Salvador, eram todos pagãos; nós também o seríamos, se Ele não tivesse vindo iluminar-nos. Por isso, temos muito a agradecer a Jesus Cristo pelo dom da fé! Alimento para o nosso coração: tal é, mais uma vez, o nome de Jesus. Ele lembra-nos, com efeito, toda a obra dolorosa que Jesus realizou para nos salvar; é assim que Ele nos consola nas tribulações, nos dá força para caminhar na via da salvação, reanima a nossa esperança e nos inflama no amor de Deus.
Por fim, é remédio para a nossa alma: o nome de Jesus torna-a forte contra as tentações e os ataques dos nossos inimigos. Que acontece quando as potências infernais ouvem a invocação desse santo nome? Tremem e põe-se em fuga; assim fala o apóstolo Paulo: Para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra (Fl 2,10). O que é tentado não cairá se invocar Jesus: quem o invocar, perseverará e será salvo (cf Sl 17,4).
Na leitura do livro do profeta Jeremias vemos que a profecia nos fala de um rebento justo que será rei e governará com sabedoria e exercerá na terra o direito e a equidade e sob seu reinado será salvo Judá, e Israel viverá em segurança. E eis o nome com que será chamado: ‘Javé-nossa-justiça! ’ A profecia se cumpriu, Ele veio para o meio de nós como um de nós e nos ensinou através de seu Evangelho a fazer valer o direito e a justiça.
Rezemos com o Salmista: O nosso Deus libertará o indigente que suplica e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará. Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque só ele realiza maravilhas! Amém.

Reflexão feita pelo diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Jeremias 23,5-8
Salmo: 71/72
Evangelho: Mateus 1,18-24