Segunda Feira – 24ª. Semana comum

Amados irmãos e irmãs 

“Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e eu serei salvo”.
Um centurião dirige-se a Jesus, para fazer-lhe um pedido a favor de um servo. Os centuriões não eram bem. Representavam a opressão que o império romano exercia sobre o povo. Este centurião manifestava simpatia pela própria religião judaica; não só construiu uma sinagoga, mas interessou-se pelo que diziam de Jesus.
Este centurião, segundo o evangelho de Lucas, não vai pessoalmente ao encontro de Jesus. Envia anciãos judeus para fazer-lhe um pedido. Na versão de Marcos (8,5-13) é o próprio centurião que se dirige a Jesus.
Da Catena Áurea de Santo Tomás de Aquino, extraímos o seguinte comentário: Cafarnaum (que significa vila da abundância, campo de consolação). Este Centurião é o fruto primeiro dos gentios, em comparação de cuja Fé se considera como infidelidade a fé dos judeus. Não tinha ouvido a pregação de Nosso Senhor Jesus Cristo e nem visto a cura do leproso, mas, tendo sabido dela, acreditou mais do que os que a presenciaram. Vemos também, aqui, a Fé do Centurião, ao dizer: “vem e cura-o”, porque, Nosso Senhor estando ali, entretanto estava presente em todas as partes.
Vemos igualmente sua sabedoria, porque não disse “cura-o daqui mesmo”. Portanto, limitou-se a expor a enfermidade, deixando o remédio da cura ao arbítrio de sua misericórdia.
Vendo Nosso Senhor a fé, a humildade e a prudência do Centurião, disse-lhe imediatamente que iria e curaria o servo. O que nunca tinha feito, fez Jesus agora: em todos os lugares seguia a vontade dos que suplicavam; aqui se excede: não só ofereceu curá-lo, senão também ir à sua casa. Fez isso para conhecermos a virtude do Centurião.
Quando a pessoa come a Carne e bebe o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, Nosso Senhor entra em sua casa. E ela, humilhando-se, diz: “Senhor, não sou digna”. Mas quando entra em quem não é digno, entra para julgar!
A prudência do Centurião aparece no ver, através do Corpo do Salvador, a divindade que n’Ele se encontrava oculta, e por isso acrescenta: “dize, porém, uma só palavra, e o meu servo ficará curado”.
O Centurião é elogiado publicamente. “Em verdade vos digo: Não achei fé tão grande em Israel. Digo-vos, porém, que virão muitos do Oriente e do Ocidente, e que se sentarão com Abraão e Isaac e Jacó no reino dos céus, enquanto que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores”. Convém que nós cristãos católicos olhemos para esta passagem de modo a também não acharmos que só pelo fato de estarmos na Igreja já temos salvação garantida. Às vezes estamos acomodados no formalismo religioso, no trabalho pastoral e no sacramentalismo e não fazemos uma experiência íntima com Jesus.

Da primeira carta de são Paulo aos coríntios poderíamos dizer que “A Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja”. Paulo recebeu da tradição apostólica o ensinamento sobre a instituição da Eucaristia por Jesus e teve que transmiti-lo às várias comunidades. A eucaristia não pode reduzir-se a um simples encontro de pessoas, mas sim todas as vezes que a comunidade se reúne, obedece a um mandamento de Jesus. Celebrar a Eucaristia é fazer memória do Senhor morto e ressuscitado, para entrarmos em comunhão com Ele. “Fazei isto em memória de mim”. Jesus não deixa aos discípulos um simples testamento, mas um verdadeiro memorial.
Rezemos com o Salmista: Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembleia; vós sabeis: não fechei os meus lábios. Mas se alegre e em vós rejubile todo ser que vos busca, Senhor. Digam sempre: “É grande o Senhor!” os que buscam em vós seu auxílio. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1Cor 11,17-26.33
Salmo: 39
Evangelho: Lucas 7,1-10