Segunda Feira – 19ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs

“O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos homens. Matá-lo-ão, mas ao terceiro dia ressuscitará”.
Eis mais um anúncio da paixão que causa grande tristeza e aflição a todos os seguidores de Jesus; pois não compreendiam o porquê do Mestre ter que passar pela via crucis.
Neste Evangelho vemos que Jesus não quer criar polêmica com os cobradores de impostos, Ele sabe que se trata de questiúncula de menor importância que não poderia criar resistência em relação ao Reino por Ele anunciado. Se Ele fosse intransigente poderia afastar as pessoas e assim mesmo sendo Ele o filho de Deus que estaria dispensado do imposto fez questão de pagar por Ele e por Pedro.
Jesus vem nos mostrar que seu reino não é como os reinos deste mundo; entretanto Ele é fiel á natureza humana e não um alienado ou fanático religioso; por este motivo Ele se submete as leis humanas ao determinar a Pedro que pague o imposto pelos dois. A didracma é a moeda de prata da Grécia antiga, no valor de duas dracmas e este era o valor devido por pessoa; como eram dois (Pedro e Jesus) teriam que pagar duas didracmas e aí a moeda era o estatere que tinha o valor de quatro dracmas ou duas didracmas.
Santo Ambrósio bispo e doutor da Igreja em seu comentário ao Salmo 48, 14-15 nos ensina: Como pode ainda um homem considerar o próprio sangue como preço suficiente para a sua redenção, depois de Cristo ter derramado o seu sangue pela redenção de todos? Haverá alguém cujo sangue se possa comparar ao sangue de Cristo, Ele que pelo seu sangue reconciliou o mundo com Deus? Que vítima melhor poderá haver? Que sacrifício poderá ser mais precioso? Que advogado poderá ser mais eficaz do que Aquele que se tornou propiciação pelos pecados de todos os homens e deu a sua vida como redenção por todos nós?
O que se exige, portanto, não é a propiciação ou o resgate que pode oferecer cada um de nós, porque o preço de todos é o sangue de Cristo, pelo qual o Senhor Jesus nos remiu e reconciliou com o Pai; e levou com afã o seu labor até ao fim, tomando sobre si a nossa própria fadiga. Por isso nos diz: Vinde a Mim, todos vós que andais sobrecarregados e oprimidos, e Eu vos aliviarei (Mt 11,28). Com efeito, nem o homem pode dar seja o que for em expiação pela sua redenção uma vez que ficou livre do pecado de uma vez por todas pelo sangue de Cristo, nem o homem é por isso mesmo dispensado do sofrimento que possa suportar na observância dos preceitos de vida eterna e em quaisquer esforços para não se desviar dos mandamentos do Senhor. Enquanto viver, será com o seu afã que a sua perseverança deverá contar para alcançar a vida eterna, sob pena de voltar à morte quem já estava salvo das garras da morte.
No livro de Ezequiel vemos o chamado de Deus ao profeta e é interessante destacar que ela ocorre em terra estrangeira numa prova cabal de que Deus se faz presente onde o seu povo está; mostrando que a sua presença não está condicionado a um lugar consagrado, mas que pode se manifestar-se em qualquer lugar, particularmente ao homem que sofre. Os seres representados na visão significam a inteligência, a força, o poder e a rapidez do nosso Deus.

Rezemos com o Salmista: Reis da terra, povos todos, bendizei-o, , príncipes e todos os juízes; e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, anciãos e criancinhas, bendizei-o! Louvem o nome do Senhor, porque somente o seu nome é excelso! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Ez 1,2-5.24-28c
Salmo: 148
Evangelho: Mateus 17,22-27