Sábado – 15ª. Semana comum

Amados irmãos e irmãs

“Eis o meu servo a quem escolhi, meu bem-amado em quem minha alma pôs toda sua a afeição. Farei repousar sobre ele o meu Espírito”.
No Evangelho mais uma vez vemos que por causa de uma cura no sábado, os fariseus planejam matar Jesus; óbvio que a cura é um pretexto; pois o que na verdade eles queriam era proteger seus interesses, em especial o pecuniário.
A missão de Jesus não era só curar, mas sim anunciar o reino do Pai, reino de paz, de justiça e amor; portanto os milagres e curas eram consequência natural deste itinerário; mas apesar dos milagres e das curas muitos não acreditaram.
Jesus é apresentado como Servo de Deus, o Bem amado e querido do Pai, Aquele sobre quem repousa o Espírito e que anunciará a Justiça. Alguém que não irá entrar no “jogo” do poder que infestava até mesmo a religião, não elevará a voz, como fazem os que querem mandar e dominar, não fará ouvir sua voz nas praças. Este perfil do Messias desconcertou até o Precursor João Batista, que havia anunciado, com um discurso muito rigoroso “O machado já está posto á raiz, e toda árvore que não produzir bons frutos, será cortada e lançada ao fogo”.
Hoje muitos estão a exigir de Jesus grandes milagres para que possam crer, mas se esquecem de ver os pequenos sinais do dia a dia; se não creem nestes; serão como os fariseus de outrora.
As atitudes de Jesus chocavam-se com a Lei no seu conjunto; Ele era para eles uma utopia de Messias, pois ao invés de castigar Ele tocava nos leprosos, curava os enfermos, abria os olhos aos cegos, e fazia coisas ainda piores como ter amizade com pecadores públicos, com mulheres da vida, sentava à mesa na casa deles.
Não nos esqueçamos de que Jesus em nada mudou e ainda hoje Ele continua a procura dos excluídos pelos que se acham santos; portanto talvez seja mais fácil encontrar Jesus no meio do lixo, da favela, junto aos dependentes químicos, bêbados, homossexuais e prostitutas do que em alguns de nossos luxuosos templos.
No livro do profeta Miqueias vemos a denúncia dos pecados sociais, dos grandes da época e aí se incluía os chefes religiosos. Não nos é mostrado uma relação de pecados, mas as situações denunciadas continuam a acontecer atualmente no mundo em que vivemos.

Rezemos com o Salmista: Ó Senhor, por que ficais assim tão longe, e, no tempo da aflição, vos escondeis, enquanto o pecador se ensoberbece, o pobre sofre e cai no laço do malvado? Eu sei que o Senhor não se esquece do clamor dos aflitos. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Miqueias 2, 1-5
Salmo: 9
Evangelho: Mateus 12,14-21