Sábado – 11ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs

“Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas”?
Este Evangelho vem nos mostrar que preocupações excessivas com o que ainda virá, além de serem desnecessárias, causam angústia, sofrimento e desespero. Porque nos preocupar tanto com o amanhã se talvez possamos nem mais estar aqui no amanhã que está por vir?
Aqui em nossa comunidade vivemos exclusivamente da providência e podemos confessar que é uma experiência única; pois as vezes a noite chega e não sabemos o que será do café da manhã do dia seguinte mas ao final tudo se acerta. Ajudar Deus significa querer depositar nossa confiança em projetos humanos e as vezes procurar ajuda com o inimigo. Imaginem por exemplo que um filho seu estivesse passando por problemas sérios e ao invés de procurar você fosse procurar justamente seu inimigo para pedir ajuda.
Servir a dois senhores significa pedir a Deus o que necessitamos, mas por segurança buscar um plano “B”, ou seja nossa confiança em Deus não é total.
Confiança em Deus significa no dizer de Santo Inácio de Loyola fundador dos jesuítas: “fazer tudo como se tudo dependesse de nós, e esperar tudo como se tudo dependesse de Deus”.
Portanto o que devemos fazer é buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e assim tudo o mais virá por acréscimo.
A este propósito o mesmo Santo Inácio, em seus exercícios espirituais, 233-234 nos ensina: “Tudo vos será dado por acréscimo. É melhor frisar primeiro que o amor consiste numa comunicação mútua. Isto é, o amante dá e comunica o seu bem ao amado; e da mesma forma, o amado ao amante. Como preâmbulo, pedir o que pretendo. Neste caso, pedir o conhecimento interior de todos os bens recebidos, para que, reconhecendo-os plenamente, possa amar e servir totalmente Sua Divina Majestade. O primeiro ponto é trazer à memória as bênçãos recebidas: criação, redenção e dons particulares. Pesar com muito amor o quanto Deus Nosso Senhor fez por mim, quanto me deu do que é seu; depois, que o Senhor deseja dar-se a mim tanto quanto pode e segundo o seu divino desejo. Refletir então em mim próprio e considerar racionalmente e com justiça que devo, por meu turno, oferecer e dar a sua Divina Majestade todos os meus bens e eu próprio com eles, como alguém que faz uma oferta num grande amor: Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a minha memória, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho, tudo o que possuo. Vós me destes, a Vós, Senhor restituo. Tudo é vosso, disponde segundo a vossa inteira vontade. Dai-me o vosso amor e a vossa graça, que isso me basta”.
Na Eucaristia se entregas totalmente a nós como alimento nesta Palavra e no seu Corpo e Sangue que comungamos; então porque também não nos doar por inteiro a vós?
Na leitura do segundo livro de Crônicas fica bem claro o erro em que incorreu Judá, e que levou à queda de Jerusalém: Abandonaram o templo do Senhor, Deus de seus pais, e prestaram culto aos troncos sagrados e aos ídolos (v. 18). Trata-se, pois, da idolatria; uma vez que com a morte do sumo-sacerdote Jóiada, o rei Joás, consagrado por ele, cedeu às tendências sincretistas dos chefes de Judá, caindo na idolatria. Em vão o profeta Zacarias, filho de Jóiada, tentou evitar esse crime. Foi apedrejado até à morte. Mas a justiça divina, segundo o princípio da retribuição, não se fez esperar: veio a invasão dos arameus e a morte do rei, na própria cama, às mãos dos seus homens, que conservavam grande respeito por Jóiada, e não concordaram com a morte do seu filho, Zacarias.

Rezemos com o Salmista: Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor: Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 2 Crônicas 24, 17-25
Salmo: 88
Evangelho: Mateus 6,24-34