Reflexão: Segunda 21ª Semana comum – Ano Impar 26/08/2019


Amados irmãos e irmãs
“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar”. Quantos e quantos de nós às vezes nos tornamos pedra de tropeço para os nossos irmãos; por acharmos que sabemos muito e o outro nada. É como um cego guiando o outro e pior cego é o que pensa que enxerga!
Levamos uma mensagem distorcida do Evangelho onde o essencial é deixado de lado e o secundário passa a ter a primazia.
O essencial que é o amor traduzido em serviço, essência do projeto de Jesus, muitas vezes é ignorado em nome da burocracia nos meios pastorais. Vejam por exemplo uma comunidade onde se valoriza mais a beleza física do templo, dos vasos sagrados, das alfaias, etc. Há que se perguntar como é que fica o amor, a evangelização e a oração que propiciam momentos de intimidade com nosso Deus através dos irmãos. Onde está a beleza interior de todos os irmãos e irmã?
Nossas quermesses, bailes e outros eventos são importantes mas jamais podemos partir do princípio de que estes eventos possam substituir o dízimo que só será conscientizado nos corações abertos pela intimidade que já falamos.
Nas comunidades do primeiro século os Judeus conservadores queriam a ferro e fogo manter certas tradições e aí o conflito era inevitável. O Evangelho não é um olhar para o passado, mas sim para o presente, pois nele estamos todos nós como comunidade e como Igreja e nos dias de hoje sempre é perigoso a influência maléfica do farisaísmo com os irmãos e irmãs. Parece que estamos vendo este filme novamente quando vemos dentro de nossas comunidades algumas discussões em torno do que seja tradição (algo saudável e necessário) e tradicionalismo (na maioria das vezes pernicioso).
Os tradicionalistas geralmente são como os fariseus, pois dizem aos outros, o que tem de ser feito, mas eles mesmos não o fazem, nisto consiste a hipocrisia deles.
Porque muitos de nós queremos decidir sobre quem vai ou não entrar no o Reino dos céus? Quem nos constituiu juiz? E aqueles aos quais temos como discípulos como estão sendo formados? Às vezes são duas ou até mais vezes piores que nós mesmos.
Na leitura da primeira carta aos tessalonicenses o elogio a Igreja de Tessalônica feito por Paulo, Silvano e Timóteo fala da progressão da fé e da caridade e em especial da constância e fidelidade deles no meio de perseguições e tribulações que sofriam. Para eles estes fatos eram um indício de que seriam considerados dignos do Reino de Deus. Quanto a nós nos tempos atuais como seria este juízo? Como estamos vivendo a fé e a caridade e em especial como temos reagido às tribulações?

Rezemos com o Salmista: O Senhor ama seu povo de verdade. Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes. Exultem os fiéis por sua glória e, cantando, se levantem de seus leitos com louvores do Senhor em boa. Eis a glória para todos os seus santos. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1 Tessalonicenses 1,1-5.8-10
Salmo: 149
Evangelho: Mateus 23,13-22