Reflexão: Festa de São Bartolomeu – 24/08/2019

Amados irmãos e irmãs
Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade”.
Esta passagem é emblemática, mas ao mesmo tempo rica em significados e queremos destacar apensa um deles, ou seja, Natanael foi sincero e isto chamou atenção do mestre; foi sincero não porque de Nazaré não pudesse vir coisa boa, mas porque falou o que estava em seu coração. E Jesus que poderia ter se sentido ofendido e talvez até usado de palavras fortes na verdade lança este grande elogio e é justamente por isto que Natanael faz sua profissão de fé: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.
Filipe é um instrumento para fazer Natanael ter seu encontro pessoal com Jesus. Filipe não se preocupou com a enorme cultura de Natanael que conhecia bem a lei judaica e ele também não se preocupou em dar muitas explicações sobre o reino; ele simplesmente disse: “Vem e vê”!
Como bons discípulos missionários nós também devemos evitar enrolação ou discursos evasivos para convencer; devemos anunciar Jesus Cristo e se como Natanael nosso interlocutor aceitar fará a experiência do encontro.
São Pedro Damião bispo e doutor da Igreja no sermão 42, 2º, PL 144, 726 nos ensina que a glória de todos os apóstolos é de tal modo indissociável e está unida por tantas graças que, quando se celebra a festa de um deles, é a grandeza comum a todos que é trazida à atenção da nossa visão interior. Com efeito, eles partilham a mesma autoridade de juízes supremos, o mesmo grau de dignidade, e possuem o mesmo poder de ligar e de absolver (Mt 19,28; 18,18). Eles são essas pérolas preciosas que São João diz ter contemplado no Apocalipse e com as quais são feitas as portas da Jerusalém celeste (Ap 21,21.14). Com efeito, quando, através de sinais ou de milagres, irradiam a luz divina, os apóstolos abrem o acesso à glória celeste de Jerusalém aos povos convertidos à fé cristã. É ainda deles que o profeta diz: “Quem são estes que voam como nuvens”? (Is 60,8). Deus eleva o espírito dos seus pregadores à contemplação das verdades do alto, de modo que eles possam espalhar com abundância a chuva da palavra de Deus no nosso coração. Assim, eles bebem a água na nascente para depois no-la darem a beber. São Bartolomeu bebeu plenamente dessa fonte quando o Espírito Santo desceu sobre ele, tal como sobre os outros apóstolos, sob a forma de línguas de fogo (At 2,3).
Mas ouves falar de fogo e talvez não vejas a relação com a água. Escuta como o Senhor chama água a esse Espirito Santo que desceu como um fogo sobre os apóstolos. “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba” e acrescenta: “Do seio daquele que crê em mim, como diz a Escritura, correrão rios de água viva”; e o evangelista explica: referia-se “ao Espírito que iam receber os que nele acreditassem” (Jo 7,37-39). Também o salmista diz dos crentes: “Podem saciar-se da abundância da tua casa; Tu os inebrias na torrente das tuas delícias”. “Em Ti está a fonte da vida” (Sl 36, 9-10).
Na leitura do Apocalipse de João vemos que o apóstolo nos fala da esposa do Cordeiro; isto é a Igreja e esta Igreja tem esta representada pela cidade santa de Jerusalém que tem doze fundamentos com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Como é bonito saber que o alicerce da Igreja são os doze apóstolos, vejam quão é importante dizer que nossa Igreja é apostólica.

Rezemos com o Salmista: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso reino glorioso! Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração. É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Apocalipse 21,9-14
Salmo: 144/145
Evangelho: João 1,45-51