Quinta Feira – 7ª. Semana Comum

16831080_1230718227013400_5631358370780922245_nAmados irmãos e irmãs
“O grande perigo é que na maioria de nossas comunidades usamos de critérios meramente humanos para aceitar ou excluir pessoas”.
A comunidade precisa estar aberta para acolher e sustentar, com o seu testemunho aquele que vem de fora, o diferente; mas precisa atentar para não os escandalizar. O sal é bom desde que na medida certa, nem para mais e nem para menos. Isto quer dizer que não devemos exigir muito dos que estão se iniciando na fé, mas também não podemos relaxar e permitir tudo. Serem intransigentes e impacientes é meio caminho andado para cometermos injustiças. Vejam por exemplo se uma mãe não tivesse paciência para ensinar seu filhinho a andar, ele poderia ficar traumatizado e mesmo que viesse a andar este trauma iria lhe acompanhar para o resto de suas vidas. Assim também acontece quando queremos que as pessoas aceitem o projeto do reino de Deus e o fazemos por intermédio de ameaças do tipo: vais queimar no inferno, vai ser amaldiçoado, etc. Imaginem um namorado que querendo casar ameaça de morte a noiva e esta casa por medo de morrer, com certeza este casamento além de nulo será infeliz. Assim também acontece com as pessoas que aceitam Jesus de maneira forçada ou a busca de outros favores.
É preciso muita cautela para não fazer com que os recém-convertidos trilhem por caminhos que não são os de Jesus Cristo e da sua Igreja; pois se assim agirmos nós é que estaremos sendo causa de tropeço e isto nos será cobrado.
Outro perigo é que na maioria de nossas comunidades usamos de critérios meramente humanos para aceitar ou excluir pessoas e com isto abrimos mão da ação do Espírito Santo que é quem deve dirigir nossas ações.
São Tomás de Aquino, presbítero e doutor da Igreja e, sua oração para pedir a sabedoria nos diz: “Concede-me, Deus misericordioso, que deseje com ardor o que tu aprovas que o procure com prudência, que o reconheça em verdade, que o cumpra na perfeição, para louvor e glória do teu nome. Põe ordem na minha vida, ó meu Deus, e permite-me que conheça o que tu queres que eu faça, e que o cumpra como é necessário e útil para a minha alma. Que eu chegue a ti, Senhor, por um caminho seguro e reto; caminho que não se desvie nem na prosperidade nem na adversidade, de tal forma que te dê graças nas horas prósperas e nas adversas conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras nem abater pelas segundas. Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduza a ti ou de ti me separe. Que eu não deseje agradar nem receie desagradar senão a ti. Tudo o que passa se torne desprezível a meus olhos por tua causa, Senhor, e tudo o que te diz respeito me seja caro, mas tu, meu Deus, mais do que o resto. Que eu nada deseje fora de Ti.
Concede-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que te conheça, uma vontade que te busque, uma sabedoria que te encontre, uma vida que te agrade, uma perseverança que te espere com confiança e uma confiança que te possua enfim. Concede-me ser atormentado com as tuas dores pela penitência, recorrer no caminho aos teus benefícios pela graça, gozar das tuas alegrias sobretudo na pátria pela glória. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.
Na primeira leitura o livro do Eclesiástico vai nos ensinar que a presunção é um dos maiores perigos para a nossa fé; pois ela nos afasta de Deus na medida em que começamos a depositar nossa confiança em nossas próprias forças. “Não digas: “Como sou forte”! ou: ” Quem me obrigará a prestar contas dos meus atos”? Como vemos frases deste tipo significa prescindir de Deus.
Rezemos com o Salmista: É feliz quem a Deus se confia! Eis que ele é semelhante a uma árvore que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Eclesiástico 5,1-10
Salmo: 1
Evangelho: Marcos 9,41-50