Quarta Feira – Semana Comum

22852886_1481005585317995_7021490986461912923_nAmados irmãos e irmãs
“Fazei todo o esforço para entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão”.
Quando meditamos nestas palavras de Jesus ficamos até receosos em relação às Igrejas que estão lotadas. Temos que dois extremos e opostos podem ser tidos como portas largas que nos faz entrar e que nos conduzem a perdição. Uma destas portas largas é a que nos faz entrar no mundo do ritualismo e observância rigorosa de leis e preceitos;deixando em segundo plano o amor e a misericórdia. A outra porta larga e que se situa no extremo oposto é aquela onde o laxismo faz com que falsamente em nome do amor e da misericórdia levemos as pessoas a não observar norma alguma,ou seja,aqui é bom porque você pode fazer o que quiser.
A porta estreita é a chamada porta do equilíbrio entre o amor e a lei; é a porta que nos faz despojarmos de todo o orgulho, nos faz humildes e adeptos da teologia do lava-pés. Entrar pela porta estreita é se reconhecer pecador, sem mérito e não sair por aí dizendo que já está salvo; mas confiar em Deus; pois a salvação é dom de Deus.
Mas uma pergunta muitos fazem: onde está a porta estreita? A resposta está em Jo 10,9 quando Jesus diz: Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo.
A Declaração “ Nostra Aetate”, § 4 sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs nos ensina: Sondando o mistério da Igreja, este sagrado Concílio recorda o vínculo com que o povo do Novo Testamento está espiritualmente ligado à descendência de Abraão. Com efeito, a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas. Professa que todos os cristãos, filhos de Abraão segundo a fé (Gl 3,7), estão incluídos na vocação deste patriarca, e que a salvação da Igreja foi misticamente prefigurada no êxodo do povo escolhido da terra da escravidão. A Igreja não pode, por isso, esquecer que foi por meio desse povo, com o qual Deus se dignou, na sua inefável misericórdia, estabelecer a antiga Aliança, que ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira mansa, na qual foram enxertados os ramos da oliveira brava, os gentios (Rm 11,17ss). Com efeito, a Igreja acredita que Cristo, nossa paz, reconciliou pela cruz os judeus e os gentios, de ambos fazendo um só, em si mesmo (Ef 2,14ss). Também têm sempre diante dos olhos as palavras do Apóstolo Paulo a respeito dos seus compatriotas: deles é a adoção filial e a glória, a aliança e a legislação, o culto e as promessas; deles os patriarcas, e deles nasceu, segundo a carne, Cristo (Rm 9,4-5), Filho da Virgem Maria. Recorda ainda a Igreja que os Apóstolos, fundamentos e colunas da Igreja, nasceram do povo judaico, bem como muitos daqueles primeiros discípulos que anunciaram ao mundo o Evangelho de Cristo.
Na leitura da carta de são Paulo aos romanos o apóstolo um dos mais belos versículos da bíblia nos diz: “Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação de acordo com o projeto de Deus”. Diante deste versículo há que se perguntar: por que nos preocupar? O Espírito vem em nosso socorro até com gemidos inefáveis, incompreensíveis na nossa humanidade, mas perfeitamente aceitável quando somos chamados a participar da divindade do primogênito, o que nos torna justos a ponto do apóstolo dizer que também seremos glorificados. São insondáveis as riquezas celestiais.
Rezemos com o Salmista: Senhor, eu confiei na vossa graça! Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me! Não deixeis que se me apague a luz dos olhos e se fechem, pela morte, adormecidos! Que o inimigo não me diga: ‘Eu triunfei!’ Nem exulte o opressor por minha queda. Uma vez que confiei no vosso amor, meu coração, por vosso auxílio, rejubile e que eu vos cante pelo bem que me fizestes! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Romanos 8,26-30
Salmo: 12/13
Evangelho: Lucas 13,22-30