Quarta Feira – 9ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs
Ao olhar para este Evangelho verificamos que ainda hoje ocorrem as mesmas confusões quando se tenta entender o mistério da ressurreição dos mortos.
Muita gente pensa que na vida eterna iremos dar continuidade à vida terrena com o mesmo jeito de viver, de se relacionar, as mesmas amizades, os mesmos parentes e os mesmos problemas mal resolvidos estaremos levando para poder solucionar.
Como no “dai a César o que é de César”; aqui tentam novamente fazer Jesus cair em contradição, afinal os saduceus que fizeram a pergunta não acreditavam em ressurreição; então recorrem a lei do levirato para ridicularizar a fé na ressurreição.
Ressurreição não é nada disso. Ressurreição não é revivificação e nem ressuscitação. Ressurreição é mistério e nossa mente limitada jamais irá entender enquanto aqui estivermos nesta vida terrena.
Quando falamos em vida eterna de cara já temos que excluir duas realidades que pautam nossa vida terrena, ou seja, espaço e tempo.
Na ressurreição Deus se revelará a nós na sua plenitude e nós seremos o próprio amor.
Ressurreição, portanto, não é continuidade da vida terrena; pois se assim o fosse não valeria a pena ressuscitar. O teu casamento, teu contrato de trabalho bom ou ruim, teu título de médico, de campeão, de bispo ou padre; todos eles ficarão aqui na dimensão terrena; pois na eternidade todos seremos um com o Pai.
Na leitura da segunda carta de Timóteo somos chamados a olhar para aquelas palavras e nos colocar no lugar de Timóteo, pois muitas vezes precisamos deste puxão de orelhas no sentido de ter consciência de reavivar a chama do dom de Deus que recebemos pela imposição das minhas mãos no crisma bem como o Espírito Santo que recebemos no batismo; pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade e não podemos apesar de todo relativismo reinante nos envergonhar de testemunhar Nosso Senhor Jesus Cristo.

Rezemos com o Salmista: Eu levanto os meus olhos para vós, que habitais nos altos céus. Como os olhos dos escravos estão fitos nas mãos do seu senhor. Como os olhos das escravas estão fitos nas mãos de sua senhora, assim os nossos olhos, no Senhor, até de nós ter piedade Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 2Tm 1,1-3.6-12
Salmo: 122
Evangelho: Marcos 12,18-27