Quarta Feira – 8ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs

Todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos”. Às vezes somos chamados a parar e pensar: Será que estamos dispostos a observar isto? Dentro de nossas comunidades é comum as lutas e intrigas tudo por causa de cargos, prestígio, badalação, status, cargos e poderes, sucesso e marketing pessoal.
O que Jesus nos pede neste Evangelho é que não nos deixemos influenciar pela busca de poder que por vezes nos leva a manipular Deus como se fosse possível. Precisamos ser servos e para servir é preciso se abaixar e assim como quem não está preparado fisicamente não pode abaixar; pois vai doer e dar câimbras e aí vai desistir; o que não estiver preparado espiritualmente também não vai conseguir servir; pois vai doer no seu orgulho e dar câimbras na sua vaidade.
Na época de Jesus e também hoje uma falsa expectativa quer levar os fiéis a identificar Jesus com o Messias davídico, pomposo etc. e tal quando na verdade Jesus nos fala de dor, de cruz e sofrimento. É preciso participação efetiva e afetiva na paixão-morte de Jesus: “Podeis beber o cálice que eu vou beber”? Por este motivo perguntamos no início desta reflexão se estaríamos dispostos a observar; isto é, de beber do cálice, de participar da paixão e morte de Jesus.
Santo Afonso-Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja no 6º Discurso para a novena de Natal nos diz: “O Senhor eterno dignou-se apresentar-Se a nós primeiro como um menino pequeno num estábulo, depois como simples operário numa carpintaria, mais tarde como um criminoso que expirou num patíbulo e, por fim, como pão num altar”.
Numerosos aspectos, aspectos intencionais de Jesus, aspectos que só tiveram um efeito: o de mostrar o amor que Ele nos tem.
Ah, Senhor, poderia ainda inventar mais alguma coisa para fazer com que Te amemos? O profeta Isaías clamava: Anunciai as suas obras entre os povos; proclamai que o seu nome é excelso (Is 12,4). Almas resgatadas dai a conhecer em todo o lado as obras de amor desse Deus cheio de amor. Ele concebeu-as e realizou-as para ser amado por todos os homens, Ele que, depois de tê-los cumulado de benfeitorias, Se deu a Si próprio, e de tantos modos!
Doente ou ferido queres curar-te? Jesus é o médico: Ele cura-te com o seu sangue. Ardes em febre? Ele é a fonte refrescante. Estás atormentado pelas paixões e tribulações do mundo? Ele é a fonte das consolações espirituais e do verdadeiro alento. Tens medo da morte? Ele é a vida. Aspiras ao céu? Ele é o caminho (cf Jo 14,6): assim falava santo Ambrósio. Jesus Cristo não apenas Se deu a todos os homens em geral; Ele quer dar-se a cada um em particular. É por isso que São Paulo diz: Ele me amou e a si mesmo se entregou por mim (Gl 2,20). E São João Crisóstomo afirma: Deus ama cada um de nós tanto como toda a humanidade. Assim sendo, meu querido irmão, se não houvesse mais ninguém no mundo, o divino Redentor teria vindo e dado o seu sangue e a sua vida só por ti.
Na leitura da primeira carata de são Pedro vemos que o preço de nosso resgate não foi ouro nem prata mais muito mais que isso, ou seja, o precioso sangue de Jesus. Este é um novo nascimento incorruptível porque foi pela Palavra de Deus.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1Pd 1,18-25
Salmo: 147
Evangelho: Marcos 10,32-45