Quarta feira – 7ª. Semana da Páscoa

Amados irmãos e irmãs

“Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo”.

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Todas as vezes que presidimos celebrações de exéquias costumamos lançar mão deste versículo da oração sacerdotal de Jesus; pois nele somos consolados na certeza de que embora estejamos neste mundo nós não somos daqui. Viemos do coração de Deus e é para lá que temos que voltar. Ninguém vai permanecer aqui. Para nós cristãos a nossa páscoa (morte) é o momento de passagem desta vida de lutas, dores e sofrimento para uma vida eterna onde não mais haverá dor ou sofrimento; esta é a esperança de todos nós cristãos: “aquele que subiu aos céus vai voltar para nos levar com Ele na sua glória”.

Quando Jesus pede: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós….”;o verbo guarda assume o significado de preservar de toda adulteração,de todo desvio e adquire o mesmo sentido quando falamos” guardar a Palavra…”

“Para que todos sejam um…” É este o desejo de unidade presente no coração de Deus, e que agora em Jesus ele manifesta. O desafio é muito maior do que se pensa, não é só a unidade dos cristãos, mas a unidade de toda humanidade em um só Deus e só seremos um em Deus se formos um com os irmãos e aí reside a grande dificuldade ante nossas limitações e pequenez de pensamento.

Na Carta a Diogneto §§ 5-6 lemos uma das mais belas referencias sobre o ser humano escrito por um homem: “ Os cristãos não se distinguem dos outros homens, nem pela sua terra, nem pela sua língua, nem pelos seus costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam uma língua estranha, nem têm um modo especial de viver. A sua doutrina não foi inventada por eles graças ao talento e à especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, ensinamentos humanos. Pelo contrário, vivendo em cidades gregas ou bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes dos lugares quanto ao vestuário, à alimentação e aos costumes, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cidadãos, mas tudo suportam como estrangeiros. Qualquer terra estrangeira é para eles uma pátria, e qualquer pátria uma terra estrangeira. Vivem na carne, mas não segundo a carne (cf 2Co 10,3; Rm 8,12-13); moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu (cf Fil 3,20; Heb 11,16); obedecem às leis estabelecidas, mas a sua vida está muito para além das leis. Amam a todos, e são por todos perseguidos; são mal conhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos, e desse modo recebem a vida; são pobres, mas enriquecem a muitos; carecem de tudo, mas de tudo têm abundância; são desprezados, e neste desprezo são glorificados; são amaldiçoados, e nessa maldição são justificados; quando são injuriados, abençoam; quando são maltratados, respeitam os outros. Em suma, assim como a alma está no corpo, assim estão os cristãos no mundo.

Nos Atos dos apóstolos vemos que Paulo se despede de Éfeso em lágrimas e muita oração. Ele admoesta sobre o perigo de pessoas que ao buscar seus próprios interesses tentam formar discípulos para si e não para a Igreja de Jesus. São como lobos que solapam o rebanho anunciando doutrina estranha ao reino anunciado por Jesus
Ao pedir que acudam os fracos Paulo os exorta de que: “ É maior felicidade dar que receber!” Aqui na Comunidade Missionária Divina Misericordia muitos dos que nos visitam perguntam porque ajudamos os pobres e doentes e a resposta é Emoticon gasp simples fato de não sermos nós os necessitados já é motivo mais que suficiente para ajudarmos o próximo;até como sinal de gratidão;porém para quem se deixa inundar pelo amor de Deus este amor é o motivo.

Rezemos com o Salmista: Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos. Eis que eleva e faz ouvir a sua voz poderosa. Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens. Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade! Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder.Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Atos 20,28-38
Salmo: 67
Evangelho: João 17,11-19