Quarta Feira – 4ª. Semana da Páscoa

Amados irmãos e irmãs

O Evangelho de hoje nos ensina que crer em Jesus é crer naquele que o enviou. Quem vê Jesus o Pai.
Jesus é o reflexo fiel do Pai. Por isso, não oferece prova nem argumentos àquele que o provoca para legitimar com sinais. É o Pai que o legitima através das obras que ele realiza. E dizendo obras, não se refere aos grandes milagres, mas a tudo o que ele disse e fez, até nas mínimas coisas. Jesus é o Sinal do Pai, Ele é o milagre vivo. Ele não se pertence, mas é inteiramente propriedade do Pai.
Jesus é a luz que vem ao mundo e Ele nos garante que não veio para condenar o mundo. O juízo não se dá com as ameaças das maldições. Jesus afirma: se alguém ouve as minhas palavras e não as observa, eu não o condeno; porque não vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo.
Quem me rejeita e não aceita minhas palavras, já tem quem o condena: a minha palavra, o condenará no último dia. O juízo consiste no modo com o qual a pessoa se define diante da própria consciência.
Portanto não é Jesus quem nos condena, mas sim nós mesmos é que nos condenamos ao não aceitar e não viver seu Evangelho.
Não existe neutralidade diante da Palavra; pois o simples fato de não colocar em prática significa sua recusa. Ou estamos com Ele ou então estamos contra Ele.
Desprezar e rejeitar a Jesus, menosprezar o seu evangelho e viver de qualquer jeito, empurrando com a barriga é condenar-se já nesta vida, criando uma situação que depois não poderá ser revertida…
O monge grego Simeão no III Discurso Teológico nos diz “ Deus é luz” (1Jo 1,5), uma luz infinita e incompreensível. O Pai é luz, o Filho é luz, o Espírito Santo é luz; os três são luz única, simples, intemporal, em eterna identidade de dignidade e glória. Desse modo, tudo o que vem de Deus é luz e nos é dado como provindo da luz: luz a vida, luz a imortalidade, luz a fonte da vida, luz a água viva, a caridade, a paz, a verdade, a porta do Reino dos Céus. Luz o próprio Reino, luz a câmara nupcial, o leito nupcial, o Paraíso de delícias, a terra dos mansos, a coroa da vida, as próprias vestes dos santos. Luz Jesus Cristo, Salvador e Rei do universo, luz o pão da sua carne imaculada, luz o cálice do seu sangue precioso, luz a Ressurreição; luz o seu rosto, a sua mão, o seu dedo, a sua boca, luz os seus olhos; luz o Senhor e a sua voz, luz da luz. Luz o Consolador, a pérola, o grão de mostarda, a verdadeira videira, o fermento, a esperança, a fé: luz!
No livro dos Atos vemos que o Espírito Santo diz: “Reservai para mim Paulo e Barnabé”. Hoje Ele está dizendo para a Igreja: Reservai para mim o José, a Maria, o Francisco, etc. Ele continua a chamar e a Igreja continua a enviar. Paulo e Barnabé são como fermento na massa e nós somos chamados a também ser fermento nesta grande massa sedenta do amor de Deus.

Rezemos com o Salmista: Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça; os povos governais com retidão e guiais, em toda a terra, as nações. Que as nações vos glorifiquem, pó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem. Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Atos 12,24-13,5 
Salmo: 67 
Evangelho: João 12,44-50