Quarta Feira – 27ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs 

A ORAÇÃO POR EXCELÊNCIA!
“Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação”.
Esta é a oração do compromisso, pede-se o Reino, mas ao mesmo tempo se compromete em fazê-lo acontecer. O Pai Nosso é a oração universal de todos os que se dizem cristãos.
O Reino de Deus é de todos os filhos e filhas por este motivo esta oração nos compromete também com as pessoas, não somos ilhas e sim fazemos parte de uma comunidade, dizemos Pai Nosso e não Pai meu.
Infelizmente nos dias atuais vemos invadir a Igreja dois tipos estranhos de oração onde um dos tipos leva a pessoa a pedir exageradamente desde namorado, marido, emprego, casa etc.; ao passo que outros rezam por ostentação, ou seja, nas palavras de sua oração não louvam e nem adoram a Deus; mas se limitam a enumerar qualidades e virtudes pessoais.
São Cipriano, bispo e mártir nos ensina em seus escritos “Da Oração Dominical, 9/11”. (Ofício de Leitura, XI semana do Tempo Comum)
Como são belos e grandiosos, os ensinamentos que nos revela a Oração do Senhor! São breves as palavras que os resumem, mas é grande o seu poder espiritual! Diz o Senhor: Orai assim: Pai nosso, que estais nos Céus. O homem novo, renascido e restituído ao seu Deus por meio da sua graça, diz em primeiro lugar Pai, porque já começou a ser filho. Diz a Escritura: O Verbo veio para quem era seu, e os seus não o receberam; mas a todos quantos o receberam e nele creram, deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1, 11-12). Portanto, quem acredita no seu nome e se tornou filho de Deus deve começar por dar graças e professar que é filho de Deus ao chamar a Deus seu Pai que está nos Céus. Como é grande a misericórdia do Senhor, como é grande a sua condescendência e a sua bondade para conosco! Ele quis que, ao orarmos na sua presença, O invocássemos com o nome de Pai, e assim como Cristo é o Filho de Deus, assim também nós nos chamássemos seus filhos! Nenhum de nós ousaria pronunciar este nome na oração se Ele próprio nos não tivesse permitido rezar assim.
Santo Agostinho bispo e doutor da Igreja na Carta 130, a Proba, sobre a oração, 11-12 (trad. cf bréviaire 3ª feira da XXIX semana do Tempo Comum) nos ensina: Na oração, as palavras servem para nos estimular e nos fazer compreender melhor o que pedimos; não pensemos que são necessárias para informar o Senhor ou forçar a sua vontade… Quaisquer outras palavras que possamos usar na oração nada mais dizem para além do que se encontra já na oração do Senhor, se de fato oramos como convém.
Por isso, irmãos caríssimos, devemos lembrar-nos e saber que, chamando a Deus nosso Pai, devemos proceder como filhos de Deus para que, se nós nos honramos de ter a Deus como Pai, também Ele se honre de nos ter como filhos. Vivamos como templos de Deus (1Cor 3,16), de modo que a nossa vida seja um testemunho da presença de Deus em nós.
Na leitura da carta de Paulo aos gálatas o apóstolo acompanhado de Barnabé, “o filho da consolação”, junto com Tito, um Greco-cristão incircunciso, o que escandalizava os cristãos vindos do judaísmo. Paulo e Pedro, Tiago e João, considerados colunas da Igreja chegam a um acordo: Paulo evangelizaria os circuncisos, e os seus companheiros evangelizariam os pagãos. Mas esta comunhão não impede Paulo de se opor a Pedro que, em Antioquia, se deixou dominar pelos cristãos judaizantes, deixando de frequentar a mesa dos cristãos convertidos do paganismo. Paulo recusa todo o formalismo, oportunismo e tradicionalismo. O essencial para ele era aderir a Cristo e à sua verdade. É urgente que nas nossas comunidades haja esta franqueza nas relações entre os irmãos, dando ouvidos às exigências do Reino, e não aos nossos interesses.
Rezemos com o Salmista: Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho! Cantai louvores ao Senhor, toda a gente, povos todos, festeje-o! Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Gl 2,1-2.7-14
Salmo: Sl 116
Evangelho: Lucas 11,1-4