Quarta Feira – 23ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs 

“Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem”!
Quão diferente é o pensamento da sociedade relativista dos tempos atuais onde se prega o elogio e a glória humana; onde se foge de situações difíceis, onde se ajeita tudo mesmo que para isto tenhamos que mentir ou negar o Cristo como Senhor.
Quem é rico e quem é pobre diante de Deus? As realidades celestes são as que aqui devem prevalecer e aí a pobreza e riqueza não é a simples posse ou não, de bens materiais.
Ser pobre é colocar toda nossa confiança em Deus e não naquilo que possuímos.
No livro do profeta Isaías nos é anunciado que Ele viria para proclamar a Boa Nova aos pobres e assim sendo concluímos que os pobres são os preferidos do Pai; portanto a opção preferencial pelos pobres antes de ser da Igreja é do próprio Cristo. Uma Igreja que não se compromete com os pobres não é a Igreja de Jesus Cristo!
Este evangelho pode confundir muitos que poderiam chamá-lo de Sermão da montanha, mas na verdade o sermão da montanha está em Mateus 5 e este aqui se lermos os versículos anteriores veremos que se trata do sermão da planície; pois Jesus tinha ido ao monte onde passou a noite rezando e ao descer do monte, isto é, chegou a planície e escolheu os doze.
São Leão Magno papa e doutor da Igreja no Sermão 95; PL 54, 461 nos ensina: Poderíamos perguntar-nos a que pobres quereria a Verdade referir-se se, ao dizer felizes os pobres, não tivesse acrescentado nada sobre o tipo de pobres de que falava. Pensar-se-ia então que, para merecer o Reino dos Céus, bastaria a indigência de que muitos sofrem devido a uma necessidade penosa e dura. Mas ao dizer: felizes os pobres de espírito, o Senhor mostra que o Reino dos Céus deve ser dado aos que são recomendados mais pela humildade da alma, do que pela penúria dos recursos.
No entanto, não podemos duvidar de que os pobres adquirem mais facilmente do que os ricos o bem que é esta humildade, pois a doçura é uma amiga da sua indigência, ao passo que o orgulho é o companheiro da opulência dos ricos. Porém, também se encontra entre muitos ricos esta disposição de alma que os leva a servirem-se da sua abundância, não para se encherem de orgulho, mas para praticarem a bondade, e que encaram como grande lucro o que gastaram para aliviar a miséria e a infelicidade dos outros. A todos os tipos e classes de homens é dada a oportunidade de participarem nesta virtude, porque podem ser simultaneamente iguais em intenção e desiguais em fortuna; e pouco importa as diferenças entre os recursos terrenos que encontramos entre os homens que são iguais em bens espirituais. Feliz esta pobreza que não está agrilhoada pelo amor das riquezas materiais; ela não deseja aumentar a sua fortuna neste mundo, antes aspira a tornar-se rica dos bens dos céus.
Na primeira carta aos Coríntios aprendemos de Paulo a diferença entre mandamento e conselho? O mandamento é para ser observado ao passo que o conselho pode ou não ser acolhido. Ele oferece uma doutrina clara sobre o matrimônio e a virgindade, duas opções de vida dignas, ambas boas e de acordo com Deus desde que vividas em sintonia com Cristo, ambas ricas de espiritualidade e fecundas por serem capazes de gerar filhos e filhas espirituais.
Rezemos com o Salmista: Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: “Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! . Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1 Coríntios 7, 25-31
Salmo: 44
Evangelho: Lucas 6,20-26