Papa Francisco adverte sobre perigo de cair em uma “espiritualidade gnóstica”

Francisco_ACIPrensaBohumilPetrik_020816“A secularização do mundo moderno é forte”, advertiu o Papa Francisco durante o encontro com os bispos da Polônia, no dia 27 de julho, no marco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Cracóvia 2016. Mas, assinalou que existe também outro perigo na sociedade de hoje: o da “espiritualidade gnóstica”.

No diálogo publicado na terça-feira, 2, pela Santa Sé, o Arcebispo de Lodz, Dom Marek Jedraszewski, disse que, ao que parece, os cristãos da Europa, pouco a pouco, são uma minoria na cultura contemporânea ateu-liberal, e que na Polônia há “uma enorme luta entre a fé em Deus” e um “pensamento e estilos de vida como se Deus não existisse”.

“É verdade – responde o Papa –, a descristianização, a secularização do mundo moderno é forte. É muito forte. Mas qualquer um diz: Sim, é forte, mas se veem fenômenos de religiosidade, como se o sentido religioso se despertasse. E isso pode ser também um perigo”.

“Creio que nós, neste mundo assim secularizado, também temos outro perigo, o da espiritualidade gnóstica: esta secularização nos dá a oportunidade de fazer crescer uma vida espiritual um pouco gnóstica”.

Nesse sentido, recordou que essa “foi a primeira heresia da Igreja: o apóstolo João ataca os gnósticos – e como, com que força! – onde há uma espiritualidade subjetiva, sem Cristo. Para mim, o problema mais grave dessa secularização é a descristianização: remover Cristo, remover o Filho. Eu rezo, sinto… e nada mais. Este é o agnosticismo. Encontrar Deus sem Cristo: um Deus sem Cristo, um povo sem Igreja”.

Francisco recordou aos bispos poloneses que “a Igreja é a Mãe, aquela que te dá vida, e Cristo é o Irmãos mais velho, o Filho do Pai”. No entanto, a descristianização causada pelo gnosticismo de hoje leva a “uma Igreja órfão” a “um povo órfão. E devemos fazer o nosso povo ouvir isto”, assinalou.

Para isso, o Papa indicou que é necessária “a prática do Evangelho, pois é onde está o ensinamento do Senhor, que é a proximidade”.

“Hoje, nós, servos do Senhor, bispos, sacerdotes, consagrados, leigos, convencidos, devemos estar próximos do povo de Deus”, porque “sem proximidade há somente palavra sem carne”.

“Pensemos – gosto de pensar nisso – nos dois pilares do Evangelho. Quais são os pilares do Evangelho? As bem-aventuranças e depois Mateus 25, o ‘protocolo’ com o qual todos seremos julgados. As coisas concretas. Proximidade. Tocar. As obras de misericórdia, sejam corporais ou espirituais”, expressou.

Por ACI