Missão do brasileiro

2012_05_21_23_54_570Toda pessoa tem uma missão importante a desempenhar, porque ela não foi criada por acaso. Está em suas mãos a preservação e a construção da vida em todas as circunstâncias. Isto acontece no contexto de sua área de convivência. Por isso, o brasileiro tem uma tarefa muito exigente no momento, a de ajudar o país a realizar a paz, porque ela corre riscos muito fortes.

Na liturgia, estamos na espera do Espírito Santo. A promessa de Jesus é que Ele seja força na vida dos cristãos, evitando envolvimento interesseiro, meramente egoísta e por ambições de poder. É hora de pedir a força do Espírito de Deus para que os brasileiros exerçam sua missão de cidadãos, construindo uma Nação mais justa e comprometida com a caminhada de seu povo.

Os partidos políticos significam divisão. Nenhum tem o todo e, por isso, vivem brigando uns com os outros sem a preocupação maior, que é o bem comum e o progresso sustentável. Os interesses particulares estão acima do todo e revelam uma incompetência que tem impressionado a imprensa internacional. Com isto o país vai sendo criticado, porque sua conduta não condiz com sua riqueza.

Como as coisas estão caminhando, parece que teremos novos tempos, mas não sabemos se melhores ou piores. Chegamos a situações lamentáveis de corrupção em todo o país. O trato com o bem público não tem sido através de uma política como “arte de bem administrar”, mas oportunidade de poder fruto de conquista com o sofrimento das pessoas menos preparadas e marginalizadas de hoje.

É preciso olhar para o projeto de Jesus Cristo e o que Ele tinha em mente. Sua meta era a salvação do mundo inteiro e não o privilégio de determinado grupo. Ele preparou os apóstolos para uma missão libertadora, a formação das consciências para que cada pessoa pudesse ser dona de seu próprio destino. Com isto vemos que Ele era contra todo tipo de pressão e manipulação das pessoas.

A missão dos apóstolos de Jesus deve ser hoje a missão dos brasileiros. Achar caminhos certos de libertação, de forma madura e responsável, sem desequilíbrios que ameaçam a paz. Não podemos perder a soberania do Estado, que deve estar acima de toda autoridade e de todo poder. É preciso discernir a verdade como fonte de organização para dar sustentabilidade ao povo brasileiro.

Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba (MG)