Memória do Martírio de São João Batista

14195957_1057966624288562_3405262616441921440_oAmados irmãos e irmãs
“Eles te combaterão, mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te”! Precisamos desta coragem que fala o profeta Jeremias, precisamos da coragem de João Batista.
A Igreja como portadora e anunciadora da Palavra de Deus, jamais deve deixar de lado a sua missão profética, aonde a verdade do evangelho for violada ou ignorada, devem os pastores da Igreja, de maneira prudente e corajosa, anunciar a verdade denunciando a ação pecaminosa de quem a comete.
Neste episódio a filha de Herodíades chamada Salomé nos faz lembrar a grande diferença entre uma mulher de Deus e uma que não tem Deus. Lembramos aqui da rainha Ester para quem também um rei ofereceu até metade do reino, mas ela pediu a vida do seu povo (Est 7,3).
No Ângelus do dia 23 de junho de 2013 o papa Francisco falou sobre o martírio de João Batista e o martírio dos tempos atuais ao dizer: Mas o que significa “perder a vida por causa de Jesus”? Isso pode acontecer de dois modos: explicitamente confessando a fé ou implicitamente defendendo a verdade. Os mártires são exemplos máximos do perder a vida por Cristo. Em dois mil anos há uma série imensa de homens e mulheres que sacrificaram a vida para permanecerem fiéis a Jesus Cristo e ao seu Evangelho. Esta é a nossa Igreja. Hoje temos mais mártires que nos primeiros séculos! Mas há também o martírio cotidiano, que não comporta a morte, mas também esse é um “perder a vida” por Cristo, cumprindo o próprio dever com amor, segundo a lógica de Jesus, a lógica da doação, do sacrifício. Pensemos: quantos pais e mães todos os dias colocam em prática a sua fé oferecendo concretamente a própria vida pelo bem da família! Quantos sacerdotes, frades, irmãs desenvolvem com generosidade o seu serviço pelo reino de Deus! Quantos jovens renunciam aos próprios interesses para dedicar-se às crianças, aos deficientes, aos idosos… Também esses são mártires! Mártires cotidianos, mártires do dia-a-dia!
E depois há tantas pessoas, cristãos e não cristãos, que “perdem a própria vida” pela verdade. E Cristo disse “eu sou a verdade”, então quem serve à verdade serve a Jesus.
Uma dessas pessoas, que deu a vida pela verdade, é João Batista: João consagrou-se todo a Deus e ao seu enviado, Jesus. Mas, no final, o que aconteceu? Foi morto por causa da verdade, quando denunciou o adultério do rei Herodes e de Herodíades. Quantas pessoas pagam por preço caro o compromisso pela verdade! Quantos homens justos preferem ir contracorrente, de modo a não renegar a voz da consciência, a voz da verdade! Pessoas justas, que não têm medo de ir contracorrente! E nós, não devemos ter medo! Quando nos querem roubar a esperança, quando nos propõem estes valores que estão danificados, valores como a comida estragada e quando uma comida está estragada, nos faz mal; estes valores nos fazem mal. Devemos ir contracorrente! E vocês, jovens, sejam os primeiros: vão contracorrente e tenham este orgulho de ir contracorrente.
Na leitura da profecia de Jeremias vemos cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar
Rezemos com o Salmista: Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio. Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.
Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Amém.
Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

 

1ª. Leitura: Jeremias 1,17-19
Salmo: 70/71
Evangelho: Marcos 6,17-29