Frei Raniero fala do Espírito Santo e o carisma do discernimento

O Papa Francisco iniciou suas atividades na manhã desta sexta-feira, 9, participando da segunda pregação do Advento com o Frei Raniero Cantalamessa. Na meditação de hoje, em preparação ao Santo Natal, o pregador da Casa Pontifícia refletiu sobre “O Espírito Santo e o carisma do discernimento”, em continuação do tema da obra do Espírito Santo na vida do cristão: “discernimento dos espíritos”

Originalmente, este termo tem um significado muito específico: indica o dom que permite distinguir, entre as palavras inspiradas ou proféticas, pronunciadas durante uma assembleia, as que vêm do Espírito de Cristo das que vêm de outros espíritos, ou seja, do espírito do homem, do espírito demoníaco ou do espírito do mundo.

O frei Capuchinho aprofundou esta temática, dividindo-a em três partes: o discernimento na vida eclesial, o discernimento na vida pessoal e deixar-se guiar pelo Espírito Santo.

É preciso ter confiança na capacidade do Espírito, disse Cantalamessa, recordando que “todas as vezes que os pastores das Igrejas cristãs, em nível local ou universal, se reúnem para fazer discernimento ou tomar decisões importantes, deveriam ter no coração a confiante certeza da presença do Espírito Santo”.

Sobre o discernimento na vida pessoal ou das próprias inspirações, Frei Cantalamessa explicou que, por meio do dom ou do conselho, o Espírito Santo ajuda a avaliar as situações e orientar as escolhas, não apenas com base em critérios de sabedoria e prudência humanas, mas também à luz dos princípios sobrenaturais da fé.

O perigo de algumas formas modernas de entender e praticar o discernimento é enfatizar os aspectos psicológicos, esquecendo que o agente principal de todo discernimento é o Espírito Santo. O discernimento não é uma arte ou uma técnica, mas um carisma, um dom do Espírito, disse.

Além da escuta da Palavra, a prática mais comum para exercer o discernimento em nível pessoal é o exame de consciência, que não deveria ser limitado somente à preparação da confissão, mas tornar-se uma capacidade constante de colocar-se sob a luz de Deus e deixar-se “perscrutar” no íntimo por ele.

Enfim, “deixar-se guiar pelo Espírito Santo” deve ser uma decisão renovada de confiar na orientação interior do Espírito Santo, como por uma espécie de “direção espiritual”. O próprio Jesus, lembrou Cantalamessa, nunca fez nada sem o Espírito Santo: ao retornar do deserto, mediante o poder do Espírito Santo, começou a sua pregação, escolheu os seus apóstolos e se ofereceu ao Pai.

Padre Raniero concluiu sua reflexão pedindo ao Espírito Santo para dirigir a mente humana e toda a sua vida.

Os temas das pregações do Advento são “Bebamos, sóbrios, a embriaguez do Espírito”. A cada sexta-feira do Advento, o pregador da Casa Pontifícia se concentra em algum aspecto relacionado a esse tema central.

Por Canção Nova, com Rádio Vaticano