FESTA DA VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

31 visita_de_n_sra_a_sta_isabelAmados irmãos e irmãs

Maria é uma referência, um sinal seguro a indicar o caminho a verdade e a vida. Por isto não coloquem Maria no lugar que ela não quer ocupar; ela quis sempre ser a humilde e pobre serva e é este o modelo de santidade que devemos buscar na mãe de Deus e nossa mãe.

Se nas artes, no futebol, na música, na literatura nós temos modelos porque também não poderíamos ter modelos a imitar e admirar no nosso caminho religioso.

Na primeira parte da oração da ave Maria encontramos um pouco antes na anunciação do anjo quando ele diz: Ave cheia de graça o Senhor é contigo… e neste Evangelho de hoje encontramos as segunda parte da Ave Maria quando Isabel diz “ Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre”. Portanto quando alguém te perguntar por que rezas a Ave Maria simplesmente responda por que está na bíblia.

O canto é um alegre anúncio a todos os pobres e pequenos, de que um tempo novo irá começar. Vemos que neste cântico se cumpre a promessa de um Deus que olha e ama os pequeninos. Aqui na Comunidade Missionária Divina Misericórdia sempre digo a todos os meus irmãozinhos de rua que somos testemunhas de que Deus retira o pobre das calçadas e o faz assentar-se com os nobres e isto literalmente; pois já presenciamos pessoas que chegaram a nós totalmente destruídas física e moralmente e que hoje sentam-se ao lado de autoridades civis e eclesiásticas.

A semelhança do cântico de Maria com o cântico de Ana no livro de Samuel só nos revela que o mesmo Espírito Santo que inspirou lá inspirou cá e nos leva também a conclusão de que Maria conhecia as Escrituras.

O livro de Sofonias nos diz: “Solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém”! Esta alegria é pelo anúncio daquele que vira e virá por intermédio do sim de uma jovem simples e humilde e esta jovem é Maria a quem hoje festejamos no título daquela que visita para levar Jesus a todos os que dele necessitam.

São João Paulo II, papa na Encíclica Dives in Misericordia §9 nos ensina: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor (Sl 88,2). No cântico pascal da Igreja repercutem-se, com a plenitude do seu conteúdo profético, as palavras que Maria pronunciou durante a visita que fez a Isabel, esposa de Zacarias: A sua misericórdia estende-se de geração em geração. Tais palavras abrem, já desde o momento da Encarnação, uma nova perspectiva da história da Salvação. Após a ressurreição de Cristo, esta nova perspectiva passa para o plano histórico e, ao mesmo tempo, reveste-se de um sentido escatológico novo. Desde então se sucedem sempre novas gerações de homens na imensa família humana, em dimensões sempre crescentes; sucedem-se também novas gerações do Povo de Deus, assinaladas pelo sinal da Cruz e da Ressurreição, o mistério pascal de Cristo, revelação absoluta daquela misericórdia que Maria proclamou à entrada da casa da sua parenta. Mãe do Crucificado, Maria é aquela que conhece mais profundamente o mistério da misericórdia divina. Conhece o seu preço e sabe quanto é elevado. Neste sentido chamamos-lhe Mãe da misericórdia, Nossa Senhora da Misericórdia, capaz de descobrir, primeiro através dos complexos acontecimentos de Israel, e depois daqueles que dizem respeito a cada um dos homens e à humanidade inteira, a misericórdia da qual todos se tornam participantes, segundo o eterno desígnio da Santíssima Trindade, de geração em geração.
Mãe do Crucificado e do Ressuscitado, tendo experimentado a misericórdia de um modo excepcional, merece igualmente tal misericórdia durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, aos pés da cruz do Filho. Em seguida, através da participação escondida e, ao mesmo tempo, incomparável na missão messiânica de seu Filho, foi chamada de modo especial para tornar próximo dos homens o amor que o Filho tinha vindo revelar: amor que encontra a sua mais concreta manifestação para com os que sofrem, os pobres, os que estão privados de liberdade os cegos, os oprimidos e os pecadores, conforme Cristo explicou (Lc 4,18; 7,22).

São Jose Maria Escrivá Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador e santo do nosso tempo em uma de suas homilias nos ensina que na escola de Maria devemos ser simples e nos santificar pelas pequenas coisas. “Vejamos:”… Não nos esqueçamos de que a quase totalidade dos dias que Nossa Senhora passou na Terra decorreram de forma muito semelhante a vida diária família, em educar os seus filhos, em levar a cabo as tarefas do lar. Maria santifica as menores coisas, aquilo que muitos consideram erradamente como não transcendente e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e as visitas por motivo de parentesco ou de amizade… Bendita normalidade, que pode estar cheia de tanto amor de Deus!

Na verdade, é isso o que explica a vida de Maria: o amor. Um amor levado até ao extremo, até ao esquecimento completo de si mesma, contente por estar onde Deus quer que esteja e cumprindo com esmero a vontade divina. Isso é o que faz com que o menor dos seus gestos nunca seja banal, mas cheio de significado. Maria, nossa Mãe, é para nós exemplo e caminho. Havemos de procurar ser como Ela nas circunstâncias concretas em que Deus quis que vivêssemos.

Rezemos com o Salmista: E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime. Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Sofonias 3,14-18
Salmo: Is 12
Evangelho: Lucas 1,39-56