Ban ki-Moon elogia trabalho junto com o Papa para o bem comum

As Nações Unidas e a Santa Sé podem fazer muito juntos para o bem da humanidade. Esta é a convicção do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon que, esteve presente, nesta quarta-feira, 5, na abertura da conferência sobre o esporte ao serviço da humanidade, presidida pelo Papa Francisco no Vaticano.

Após a ocasião, Ban Ki-moon concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Vaticano, na qual afirma estar agradecido ao Santo Padre, ao Vaticano e ao Comitê Olímpico Internacional, pela promoção deste evento, que pode inspirar as pessoas a promoverem a paz e o desenvolvimento através do esporte.

“O esporte é uma linguagem universal, transcende toda barreira nacional, transcende toda questão étnica e de nacionalismo e qualquer diferença que possa existir. O esporte tem o poder de mobilizar as energias dos povos e o compromisso pelo desenvolvimento. Através do esporte se pode estar facilmente juntos e unidos e, neste âmbito, as Nações Unidas estão muito comprometidas”, ressaltou o secretário-geral da ONU.

Ban Ki-moon lembrou ainda que a Assembleia Geral das Nações Unidas indicou o dia 6 de abril de cada ano como o Dia Internacional do Esporte para o desenvolvimento e a paz. “As Nações Unidas deram uma grande contribuição à qual está se unindo também o Vaticano, a Santa Sé. Estou convencido de que as Nações Unidas podem colocar em campo uma grande força motriz para a promoção da paz e do desenvolvimento”, completou.

Promoção da paz

O representante da ONU destacou que o Papa Francisco é um homem de paz, com uma visão, cuja voz tem um peso, e afirmou que foi um grande privilégio e honra trabalhar com ele.

“Quando por exemplo os líderes mundiais adotaram a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, o Papa fez um forte apelo a todos os líderes mundiais, no qual pediu a todos um maior compromisso no que diz respeito ao mundo, às pessoas e ao próprio planeta, para que se possa viver em paz e prosperidade através da colaboração”, lembrou.

Ban Ki-moon citou ainda a Encíclica Laudato Si, sobre as mudanças climáticas, na qual Francisco afirma que o planeta é a “casa comum” de todas as 7 bilhões de pessoas e de todas as criaturas que devem conviver.

“Esta foi uma grande inspiração para muitos. Uma voz forte, que facilitou a adoção dos Acordos sobre as mudanças climáticas de Paris, no ano passado. Na audiência que ele me concedeu hoje, manifestei a Sua Santidade a minha mais profunda admiração e agradecimento”.

Colaboração conjunta

O secretário-geral disse ainda que a Santa Sé, o Vaticano e o Cristianismo e outras religiões têm finalidades comuns, pontos de vista comuns e valores em comum, como o da Carta das Nações Unidas: a paz, o respeito da dignidade humana e dos direitos humanos.

Ele destacou ainda que no âmbito do esporte como promotor do desenvolvimento sustentável foi muito importante que as Nações Unidas tenham tido uma estreita colaboração com a Santa Sé e com o Comitê Olímpico Internacional (COI).

“A ideia desta manifestação de ‘Fé e esporte para o desenvolvimento’ deve ser atribuída toda ao Santo Padre, às Nações Unidas e ao COI. Esta colaboração entre o secretário geral das Nações Unidas, o Comitê Olímpico e a Santa Sé para o bem comum da humanidade é um caso sem precedentes”, enfatizou.

Ban Ki-moon deixará o cargo, após seu segundo mandato, em 31 de dezembro deste ano, quando será substituído pelo ex-primeiro-ministro português Antônio Guterres, eleito pela ONU nesta quarta-feira, 5. Embora não haja um número limite de mandatos, nenhum dos secretários anteriores permaneceu por mais de dois.

Por Canção Nova, com Rádio Vaticano