A COMUNIDADE
A nossa entidade surgiu do coração de Deus a partir do momento em que no nosso município
não existia nenhum tipo de apoio às pessoas que se encontravam, em situação de rua
(moradores de rua), trecheiros, andarilhos, doentes abandonados em especial os sequelados
pelo uso de entorpecentes.
O nosso fundador Diácono Irmão FRANCISCO FERREIRA ALVES NETO exerce atualmente o seu
ministério na Arquidiocese de Ribeirão Preto, é casado com a pedagoga e aluna da faculdade de
Teologia UNIESP de Ribeirão Preto com quem tem doze filhos. Tem formação acadêmica na Universidade
Estadual Paulista na área de ciências jurídicas, é advogado inscrito na OAB seccional São Paulo,
Bacharel em Ciências Policiais pela Academia do Barro Branco e pós-graduado na área de direito
canônico. Foi presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente, secretário
municipal de assistência social e vice-prefeito no município de Batatais SP.
Quando ainda era Oficial da ativa da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no posto de Capitão,
iniciou um trabalho de prevenção ao uso de entorpecente com palestras em escolas e depois trouxe para
o município de Batatais SP, o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas) e tudo
foi culminar com a criação de uma comunidade terapêutica para tratamento de usuários de
entorpecentes, COMAREV (Comunidade Maria Auxiliadora Recuperando Vidas) que irá completar 20 anos
em 2016. O fundador começou a ficar decepcionado quando percebeu que as pessoas sequeladas pelo uso
de álcool ou outras substâncias entorpecentes que abandonadas pela família, ou com perda total deste
referencial não eram atendidas por ninguém e assim sendo engrossavam o número daqueles que vivem
jogados pelas praças e ruas da cidade, muitos chegando a óbito nesta situação, sem contar os que
completavam o tratamento, mas não tinham para onde ir e na clínica não podiam permanecer. Esta
inquietação foi ficando cada vez mais forte no coração do nosso fundador e em suas orações sempre
pedia a Deus que lhe mostrasse o significado daquela inquietação.
No dia 26 de julho de 2003 foi até a Casa paroquial e lá chegando seu pároco estava com grande
dificuldade de falar, pois fora acometido por uma alergia e assim sendo seu pároco Padre Nelci lhe deu
a missão de substituí-lo em palestra no retiro da legião de Maria, cujo tema era a misericórdia no perdão,
durante a palestra no dia 27 de julho de 2003 pelo Espírito Santo lhe fora revelado a necessidade de ter
em Batatais uma casa onde se pudessem praticar as obras de Misericórdia; tanto as corporais quanto as
espirituais. Ao pedir de Deus a confirmação ainda no local da palestra, domingo á tarde um integrante
do Grupo de Jovens da Igreja Auxiliadora lhe trazia um peregrino que não tinha onde dormir e comer;
o jovem de nada sabia, aliás, em primeiro lugar ele procurou o Sr Francisco na residência e a esposa
deste é que falava o local da palestra. O Sr Francisco pediu ao peregrino que o aguardasse na rodoviária,
pois ali ninguém o incomodaria, só que nunca mais eu viu aquele peregrino. Como a fé às vezes é pouca continuou
pedindo sinais e na segunda feira seguinte; isto é dia 28 de julho de 2003 por volta das 16h00min, estando em
oração junto a uma amiga de nome Sueli e sua filha Pâmela o Senhor profetizou “Não a tua vontade, mas a minha”;
o que foi confirmado na palavra em II Samuel 7,10,11, sendo que do final do versículo 11 formou-se o símbolo da
Associação (distintivo). O Evangelho daquele dia era o grão de mostarda: Mateus 13,31,35; continuando a incredulidade
apesar de todas as evidencias outros sinais eram pedidos entre jejuns, orações e abstinências e em 31 de julho de 2003,
quinta feira ás 19h30min chegou correndo na Igreja, pois tinha que rezar o terço e terminá-lo antes das 20h00min quando
o padre iniciava a Missa. Ao entrar na Igreja uma Senhora que nunca tinha visto o interpelou dizendo que precisava lhe
falar com urgência, ele porem disse que não podia, pois estava atrasado para o terço; ela insistiu e ele pediu para
que ela o aguardasse após a missa; porém ela lhe disse que o procurava por conselho de Dona Maria Parreira, pois
seu sobrinho que era alcoólatra estava dormindo em banco da praça, uma vez que seu marido não lhe dava abrigo;
naquele instante o coração de Francisco disparou e ele se lembrou do “acolher peregrino”.
O último sinal que Deus lhe deu antes que tornasse público estas inspirações foi como o seu filho Maurílio
então com nove anos, com quem nada havia comentado, aliás, ate aquele momento somente a Sueli e Pâmela sabiam
sobre a obra. A professora de Maurílio lhe havia dado como tarefa elaborar uma redação e fazer um desenho,
as crianças desenhavam sobre passeios na praia, parques, sorvetes, chocolates; porém Maurílio desenhou uma igreja,
a imagem de Nossa Senhora Aparecida e ele e seu pai rezando o terço; até ai tudo normal; pois sempre fizeram isto
na caminhada para Igreja; porém quando leu a redação nosso fundador não conseguiu conter as lágrimas; pois ele
falava de Nossa Senhora Aparecida cuja imagem sequer fica exposta na igreja e a seguir ele diz: rezamos o rosário
e Nossa Senhora pediu para que meu pai desse comida e quem tivesse fome( obra corporal de misericórdia). A partir de
então não duvidou mais e na missa seguinte após a comunhão pediu ao padre Nelci para dar um testemunho contou a todos
a essa historia. Disse que Jesus estava pedindo uma casa onde se praticasse as obras de misericórdia e ai surgiu a
idéia de fundar a Comunidade.
Deus ainda mandou dois outros sinais, o primeiro é que por longos meses nosso fundador não se encontrava com a Irmã
Lurdes da Paróquia Bom Jesus e durante a procissão do Senhor Bom Jesus da Cana Verde no dia 06 de agosto de 2003, ele
a avistou e ela o interpelou solicitando-lhe apoio na pastoral Carcerária; lembrou-se do “Visitar os Presos” obra corporal
de misericórdia. O último sinal veio através de um sonho de Dona Rosa Bonato já falecida que era moradora da cidade de Orlândia.
Ela contou que sonhou com o capitão (nosso fundador) fritando bolinho de diversos tamanhos e ela foi até a cozinha; porém, ao
tentar apanhar um bolinho recebeu um tapa na mão; olhou para outro prato de bolinhos; porém, não podia pegar; pois , muitas abelhas
dançavam em cima daquele prato; nesta interpretação ela não poderia pegar o alimento; pois ele era para os necessitados com fome e
as abelhas simbolizava o povo que ira louvar ao Senhor na Casa de Misericórdia.
Daí nasceu a Comunidade Missionária Divina Misericórdia que é acima de tudo uma comunidade formada por pessoas vocacionadas
que acreditam que através do trabalho voluntário possa sair do discurso e partir para a prática e entregar a vida a este serviço
sem esperar nada em troca. Acolhemos a todos sem exceção e depois se não for caso para nós, encaminhamos para quem de direito;
mas, jamais deixamos um filho de Deus nas ruas e com fome porque não tenha preenchido requisitos burocráticos e totalmente humanos.
Trabalhamos muito com o evento morte, uma vez que o morador de rua, o alcoólatra, o andarilho, o trecheiro, etc., na maioria das
vezes só aceita sair desta vida quando percebe que a saúde não ajuda mais e assim é que recebemos muitos em estado terminal de AIDS,
tuberculose e câncer. Deparamos muitas vezes com doenças em situações que julgávamos não mais existir como escabiose (sarna), miíase
(bicheira humana), piolhos, etc. Para nós nada é mais gratificante do que ver uma pessoa chegar na cadeira de rodas e pouco tempo
depois estar andando ou aquela que estava imunda tomar um banho e receber roupas limpas, ter o cabelo cortado , as feridas curadas
e o que dizer daquelas que não possuía documento nenhum e de repente um simples telefonema para sua terra natal faz com que ela
receba sua certidão de nascimento e a partir daí a carteira de trabalho, o CPF, o RG, etc.
Para que tudo isto possa acontecer faz-se necessárias parcerias com órgãos particulares como é o caso da parceria que temos
com a Universidade local que nos fornece estagiários e profissionais da área de enfermagem, fisioterapia, nutrição, educação
física e Terapia; da parceria com a Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal da família, Criança e Bem Estar Social,
da Secretaria de Saúde e dos Conselhos. Assim sendo para darmos continuidade ao plano de trabalho proposto pela entidade e garantir
aos usuários a estrutura física e equipamentos adequados para condições saudáveis de higiene, alimentação, hospedagem, lazer, AVD
(atividades da vida diária), AVP (atividades da vida prática) e apoios psicológicos, sociais e espirituais para que a reinserção
seja o menos traumática possível vez que se trata de público diagnosticado como de alta complexidade.
Nosso objetivo Geral é o de apoiar moradores de rua, andarilhos e doentes abandonados sem exigir destes requisitos aos quais não
teriam condições de cumprir. Busca resgatar a autoestima e inserir a pessoa de volta ao seio familiar quando possível.
Ao chegar à entidade o usuário que por nós é chamado de peregrino é submetido a uma entrevista sendo preenchido um cadastro com seus
dados pessoais, cadastro este que é feito no horário de chegada não importando se noite ou dia. Se perceber qualquer alteração no quadro
de saúde ou o usuário reclamar, a ambulância o conduz imediatamente ao pronto socorro para atendimento e medicação se for o caso.
Aos nossos assistidos é fornecido:
Conforme disposição estatutária e registro em cartório, somos uma entidade religiosa regida pelas normas de direito vigente em nosso
país e pelas normas do Código de Direito Canônico, em especial as que disciplinam as associações privadas de leigos consagrados e de
religiosos que buscam viver os conselhos evangélicos professando os votos de obediência, pobreza e castidade. Vivemos nossa espiritualidade
e o nosso carisma é: SER SINAL DA MISERICORDIA DO PAI NO MUNDO DE HOJE! Nossa missão é praticar as obras de misericórdia espirituais (dar conselhos,
ter paciência com os outros, perdoar sempre, orar pelos vivos e pelos mortos, ensinar os néscios, corrigir os errantes e consolar os aflitos) e
corporais (dar comida a quem tem fome, dar água a quem tem sede, vestir os nus, visitar os doentes, visitar os presos, enterrar os mortos e
acolher os peregrinos) com isto atendemos aos moradores de rua, andarilhos, ex-presidiários, dependentes químicos, alcoólatras, medidas de
proteção para mulheres e impúberes de ambos os sexos, serviço este totalmente gratuito e realizado pelos irmãos de vida consagrada que residem
na própria Comunidade e que dela não recebem nenhuma remuneração, tendo em vista o próprio carisma da CMDM.