3º. Domingo comum

05Amados irmãos e irmãs
“Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens. Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no”.
O batismo de Jesus marcou o início da missão e hoje vemos a escolha dos dois primeiros apóstolos que foram Pedro e André; logo depois Ele chama os filhos de Zebedeu Tiago e João. São homens simples, pescadores vistos como impuros, assim ainda hoje vale lembrar que a Igreja não deve se aliar aos poderosos ou a economia, mas sim buscar os simples e humildes.
Neste chamado nós também vemos que não consta que nada de extraordinário ou estrondoso tenha acontecido; logo você que está na dúvida se segue ou não Jesus (e olha que existem muitos esperando sinais miraculosos para dar seu sim); você que vacila demais saiba que na maioria das vezes Jesus age de maneira simples e sem alarde; poderíamos dizer que como que no silêncio do anonimato.
QUEM É QUE NOS CHAMA? È Jesus, o Filho do Deus Vivo, o bom Pastor, Ele é o Pão da vida.
O QUE ELE NOS PROMETE? Jesus de Nazaré, pobre, austero, livre e confiante na Providencia divina, não promete nada a não ser a cruz!
A QUEM ELE CHAMA? Ele não chama os sábios e nem os ricos, mas a todos que se assemelhem com pobres pescadores.
POR QUE NOS CHAMA? Simplesmente porque nos ama e nos quer junto a Ele. O amor quer ser amado!
PARA O QUE NOS CHAMA? Para pescar no mesmo barco de Jesus e pescar peixes grandes e pequenos. O vento forte e as ondas gigantes, as tempestades marinhas, o frio, o mormaço e insolação não irão nos desanimar e nem mesmo os piratas nos meterão medo, pois como diz a canção: Quantos barcos deixados na praia, entre eles o meu deve estar. Era o barco dos sonhos que eu tinha, mas eu nunca deixei de sonhar. Quanta vez enfrentei o perigo no meu barco de sonho a singrar, Jesus Cristo remava comigo, eu no leme, Jesus a remar. De repente me envolve uma luz e eu entrego o meu leme a Jesus. É preciso pescar diferente que o povo já sente que o tempo chegou e partimos pra onde ele quis, tenho cruzes, mas vivo feliz. Há um barco esquecido na praia, um barco esquecido na praia. Um barco esquecido na praia.
A conversão (metanoia) envolve uma mudança radical no próprio modo de pensar e de viver. É uma chamada a uma mudança interior em seus pensamentos e sentimentos. É preciso pescar diferente!
Santo Ireneu de Lyon nos ensina que o Pai nos chamou não porque precisasse de nosso serviço, mas porque queria que estivéssemos junto a Luz; e ao estar na luz nós nada acrescentamos a Ela; muito pelo contrário é ela que nos ilumina. A glória do homem é perseverar no serviço a Deus. Foi por isso que o Senhor disse aos seus apóstolos: “Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós”.
Hoje somos convidados a seguir Jesus e seguir significa percorrer o mesmo caminho do Mestre, realizar seus gestos, significa servir, dar a vida pelo bem dos outros, assumir todas as responsabilidades que Cristo deixou.
Na primeira leitura da profecia de Jonas vemos que o profeta não é aquele que anuncia catástrofes que vão acontecer, na verdade o profeta exorta as pessoas para que mudem o comportamento e se convertam para assim poder evitar que o mal lhes aconteça. Não se diz: Deus viu a abstinência de pão e água, com saco e cinza, mas sim se diz: Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho. A profecia se encerra dizendo: “Diante de tal atitude, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, Deus arrependeu-se do mal que resolvera fazer-lhes, e não o executou”. Ainda hoje é assim, ou seja, Deus envia seus mensageiros para nos alertar de comportamentos e ações que podem nos levar a destruição.
Na primeira carta aos coríntios vemos que o desejo de Paulo é o de apresentar um caminho equilibrado, condenando todas as formas de desordem. O cristão vive mergulhado nas realidades terrenas, mas não vive para elas; lembramos aqui de um trecho da Carta a Diogneto (anônima e sem data) que nos lembra: Vivem na sua pátria, mas como se fossem forasteiros; participam de tudo como cristãos, e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é sua pátria, e cada pátria é para eles estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Compartilham a mesa, mas não o leito; vivem na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas, com a sua vida, superam todas as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, ainda assim, condenados; são assassinados, e, deste modo, recebem a vida; são pobres, mas enriquecem a muitos; carecem de tudo, mas têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, recebem a glória; são amaldiçoados, mas, depois, proclamados justos; são injuriados e, no entanto, bendizem; são maltratados e, apesar disso, prestam tributo; fazem o bem e são punidos como malfeitores; são condenados, mas se alegram como se recebessem a vida. Os judeus os combatem como estrangeiros; os gregos os perseguem; e quem os odeia não sabe dizer o motivo desse ódio.
Rezemos com o salmista: Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação!

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Jn 3,1-5.10
Salmo: 24
2ª. Leitura: 1 1Cor 7,29-31
Evangelho: Mc 1,14-20