2º. Domingo de Páscoa

18010118_1295153750569847_9037051797737928367_nDOMINGO DA MISERICÓRDIA
Amados irmãos e irmãs
“Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.
No domingo da Misericórdia a liturgia nos fala de um Pai que perdoa e perdoa porque nos ama. Aqui vemos que por Jesus foi instituído o sacramento da reconciliação e este hoje é poder que foi dado aos apóstolos e seus sucessores. Jesus deu a Igreja nascente através dos apóstolos e de seus sucessores o poder de perdoar e reter pecados. Quando algum irmão te questionar sobre o sacramento da confissão não titubeie e lembre-se desta passagem onde o próprio Cristo institui o sacramento da reconciliação.
“A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Eis a ordem mais uma vez para não deixar dúvida alguma de quem nos enviou!
O Senhor deseja a paz e a paz é o próprio Senhor! Na santa Missa quando o padre diz: “O Senhor esteja convosco”! Nós respondemos: “Ele está no meio de nós”; mas é claro que podemos olhar em volta e nada veremos então como testemunhar que Ele está no meio de nós? Através de nossas ações, elas são o grande testemunho da presença de Deus em nossa vida.
A comunidade cristã nascente através destas experiências teve um amadurecimento na fé e já não exigia sinais extraordinários para perceber a presença de Jesus. Peçamos a Deus a graça de que em nossas comunidades também seja a humildade dos irmãos o grande sinal da presença de Jesus no meio de nós.
Como nos pede o papa Francisco uma Igreja sem ostentação, isto é: uma igreja pobre para os pobres!
A comunidade deve ter uma fé madura, que não exige sinais extraordinários para perceber Jesus nela. Todos nós passamos por crises de fé, ninguém crê simplesmente por crer. Os apóstolos quando viram Jesus na cruz decidiram: “Isto foi um erro; vamos todos para casa, voltemos para o lago, para Emaús, para as redes e para os barcos”. Os outros talvez tivessem a mesma dúvida de Tomé, mas lhes faltou a coragem de falar e assim podemos dizer que Tomé falou por todos.
A nossa fé não pode ser de gente boba e ingênua, irracional e simples que nada questiona. Como Tomé nos propõe Cristo? Propõe-nos Cristo como um Senhor que vive… “com as feridas”. Nem sequer através de milagres chamativos. Reconhecemos Jesus… Pelas suas feridas. Você, que duvida, venha ao que não duvida: quem duvida de Deus, venha a Deus, que não duvida do homem!
As dúvidas preciosas de Tomé que obtiveram de Jesus aquela bela notícia: “Felizes os que creem sem terem visto”.
Num primeiro momento nós só acreditamos que Cristo ressuscitou por causa do testemunho dos primeiros cristãos; não só com palavras, mas também com a vida. Depois de caminharmos e fazermos a experiência do encontro já não mais é pelo que falaram e viveram, mas sim pelo que experimentamos.
Somente seremos bem aventurados se crermos com o coração, pois muitos professam a crença com a boca, mas suas ações estão longe de testemunhar no que creem. Muitos ao olharem para nossas comunidades desanimam, pois só conseguem enxergar os defeitos de cada um e aí acha impossível que algo bom possa acontecer.
Há uma missão a cumprir, dificílima e sempre desafiadora, mas a missão obterá sucesso porque é o Espírito do Senhor, que nos move, anima, direciona e impulsiona. Mesmo cheios de defeitos, pecados e outras fragilidades o mais importante é que, como São Tomé, reconheçamos Jesus como nosso único Deus e Senhor.
Na primeira leitura do livro dos Atos dos Apóstolos vemos como que um retrato do que era a comunidade primitiva. Os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração e na Eucaristia, que vive na partilha, na doação e no serviço e que testemunha. É uma comunidade que tem: Didascalia: (Ensinamento ou palavra); Liturgia (Culto); Koinonia (Comunhão – tudo em comum); Martiria (Testemunho) e Diaconia: Serviço. No centro dessa comunidade está o Cristo do amor, do serviço, do dom da vida… O cristão não pode, portanto, viver fechado no seu egoísmo, indiferente à sorte dos outros irmãos.
Na segunda leitura da primeira Carta de São Pedro nos é ensinado que o sofrimento ajuda-nos, muitas vezes, a crescer, a amadurecer, a despirmo-nos de orgulhos e autossuficiências, a confiar mais em Deus. Somos convidados a tomar consciência de que o sofrimento pode ser também, um caminho para ressuscitarmos como homens novos, para chegarmos à vida plena e definitiva. Exorta-nos o apóstolo Pedro para que nos mantenhamos fiéis à nossa fé, apesar das dificuldades. Convida-nos a olhar para Cristo, que passou pela experiência da paixão e da cruz, antes de chegar à ressurreição; e exorta-nos a manter a esperança, o amor, a solidariedade, vivendo com alegria, coerência e fidelidade nosso batismo.
Rezemos com o Salmista: Empurraram-me, tentando derrubar, mas veio o Senhor em meu socorro. O Senhor é minha força e o meu canto e tornou-se para mim o salvador. Clamores de alegria e de vitória Ressoem pelas tendas dos fiéis. A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular”. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: que maravilhas ele fez a nossos olhos! Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Atos 2,42-47
Salmo: 118
2ª. Leitura: 1Pd 1,3-9
Evangelho: João 20,19-31