Terça Feira – 33ª. Semana Comum

15036519_1127754500643107_6916430060475597528_nAmados irmãos e irmãs
Subir o mais alto que eu puder só para te ver!
Nas Sagradas Escrituras os lugares altos nos aproximam de Deus. Assim vemos no Sermão da Montanha, no Tabor, no Getsêmani e até mesmo o Monte Gólgota ou Calvário. Para subir é preciso desejar estar mais próximo de Deus e só consegue subir quem deixa o fardo da vaidade, da soberba e do orgulho para trás.
Hoje vemos a emblemática figura de Zaqueu que aqui personifica todos os ricos que não são tão honestos como deveriam; mas Zaqueu é um rico que sentiu o desejo de subir e por isto se despojou de tudo.
No mundo os ricos tem camarote exclusivo com lugares selecionados e comprados a peso de ouro, mas com Jesus é diferente, pois eles (os ricos) precisam subir na árvore…
É preciso ter humildade para descer do nosso orgulho e vaidade para depois poder subir na árvore e ter um encontro com Jesus e poder se deliciar ao ouvi-lo nos chamar pelo nome e dizer que vai jantar em nossa casa.
Zaqueu fez um encontro pessoal com Jesus na sua casa; mas antes disto ele havia encontrado Jesus no coração.
Com relação aos que censuraram Jesus dizendo que Ele estava na casa de um pecador lembro aqui e agora os que hoje em nome de Jesus são levados a estar com os mais pecadores (todos somos pecadores). Quantos missionários são chamados a estar nas prisões, nos prostíbulos; nas cracolândias e tantos outros lugares mais e também são incompreendidos. Estes missionários por vezes são discriminados dentro da própria Igreja com discursos moralistas ou teorias arcaicas que levam o povo a pensar que a Igreja é só um lugar para rezar e nada mais.
A Igreja é nossa árvore, ela é o lugar do encontro pessoal com o Cristo Vivo e vencedor…
Zaqueu se expôs ao ridículo e foi zombado e quanto a nós? Será que estamos dispostos a nos expor ao ridículo para ver Jesus nos dias de hoje… Mas o que seria o ridículo hoje? Seria ser zombado por servir a Igreja. Ser discriminado na família, na sociedade por ter feito a opção de estar ao lado dos pobres e excluídos e lutar por eles. Seria perder vantagens outras para estar à disposição de quem realmente precisa.
E ao fazer tudo isto gritar em alto e bom tom que somente está fazendo isto por causa do Evangelho de Jesus!
São João Maria Vianney, presbítero no Sermão para o terceiro domingo depois de Pentecostes nos ensina que não contente em nos chamar a si pela sua graça, e nos fornecer todos os meios para nos santificarmos, vede como Jesus Cristo corre atrás das suas ovelhas perdidas; vede como percorre as cidades e os campos para procurá-las e as trazer para o local da sua misericórdia. Vede como deixa os seus apóstolos para ir ao encontro da Samaritana no poço de Jacó, aonde sabia que ela viria (Jo 4,6ss). Vede-o em casa de Simão, o leproso: não é para comer que lá vai, é porque sabia que ali viria uma Madalena pecadora (Mc 14,3ss). Vede-o tomar a estrada para Cafarnaum, para ir ao encontro de outro pecador no seu ofício, Mateus, e para fazer dele um apóstolo zeloso (Mt 9,9). Perguntai-lhe porque tomou a estrada para Jericó: Ele vos dirá que há um homem chamado Zaqueu, que é considerado um pecador público, e que Ele quer ir ver se pode salvá-lo. Para fazer dele um arrependido perfeito, faz como um bom pai que perdeu o filho, e chama-o: “Zaqueu, desce daí; porque hoje quero ficar em tua casa. Acabei de te conceder uma graça”. É como se lhe dissesse: Zaqueu deixa esse orgulho e esse apego às coisas deste mundo; desce, escolhe a humildade e a pobreza. Para tornar isto claro, disse aos que estavam com ele: “Hoje chegou a salvação a esta casa”. Ó meu Deus! Como é grande a vossa misericórdia para os pecadores! Depois de tudo o que vemos que Jesus Cristo fez para nos salvar, como podemos desesperar da sua misericórdia, uma vez que a sua maior alegria é perdoar-nos? Assim, por muitos que sejam os nossos pecados, se queremos deixá-los e arrepender-nos deles, temos a certeza do perdão.
Continuando a meditar no Apocalipse hoje vemos que o vencedor em Jesus não terá seu nome apagado do Livro da vida e o vencedor não é morno, mas sim quente e ardente da graça e do fogo do Espírito Santo que inflama corações.
Rezemos com o salmista: Senhor dá-me um coração generoso que saiba praticar a justiça, que não calunie e nem prejudique os irmãos; mas que honre e te respeite por todo o sempre. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

Leitura: Apocalipse 3,1-6.14-22
Salmo: 15
Evangelho: Lucas 19,1-10