Terça Feira – 22ª. Semana Comum

21271050_1426726654079222_2892363783600919060_nAmados irmãos e irmãs
“Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ali os ensinava aos sábados. Maravilharam-se da sua doutrina, porque ele ensinava com autoridade”. O que significa ter autoridade? Lembramos aqui de um jargão popular onde uma pessoa diz a outra: “Você não tem autoridade para falar isto”. Esta expressão não significa ter cargos ou funções de comando, mas sim ter autoridade significa que quem fala faz o que fala. O fumante não tem autoridade para criticar ou aconselhar ninguém a parar de fumar; o adúltero não tem autoridade para pregar fidelidade no matrimônio; o corrupto e ladrão não tem autoridade para falar de honestidade.
Ouvir a palavra de Deus marca o início de um processo onde, ter fé será o próximo passo, mas é claro que não poderá ficar só nisso. Até o demônio conhecia Jesus e sabia muito bem quem ele era: o Santo de Deus, olha que bela profissão de Fé! Entretanto, saber quem é Jesus e dizer isso com palavras, não é suficiente para experimentar o processo de libertação, é necessário fazer uma firme e corajosa opção por ele, não dando assim nenhuma chance para o mal, que insiste em nos dominar. Até satanás com palavras confessa que Jesus é o Santo de Deus.
O que fazia a palavra de Jesus digna de crédito era a sua coerência: o que ele ensinava para as pessoas ele realizava nos seu cotidiano. O ensinamento de Jesus, sua palavra, comunicava o Espírito; sua palavra era um sopro de vida.
Imaginemos hoje quantos são aqueles que mandam os outros jejuar, mas não jejuam, mandam os outros rezar, mas não rezam; pregam o recolhimento do dízimo, mas eles mesmos não recolhem; isto é falta de coerência e consequentemente falta de autoridade.
O que o evangelho fala acerca do mal não nos deixa dúvida; o mal é o que faz mal ao ser humano; é algo do ser humano que se opõe ao projeto salvífico de Deus e desfigura o ser criado à sua imagem e semelhança: “É de dentro do coração do ser humano que sai todo mal…”.
São Pio de Pietrelcina ( Ep 3, 626 e 570; CE 34) nos ensina que as tentações não devem nos assustar; pois por elas Deus quer testar e fortificar a nossa alma e ao mesmo tempo nos dar força de vencê-las. Até aqui, nossa vida foi como a de uma criança; a partir de agora, o Senhor quer nos tratar como adulto. Ora, as provações de um adulto são muito superiores às de uma criança, e é por isso que, a princípio, nos sentimos tão perturbados; mas a vida da nossa alma encontrará rapidamente a calma. Tenhamos um pouco de paciência e tudo correrá pelo melhor. Deixemos de lado essas vãs preocupações. Lembremos de que não é a sugestão do maligno que nos faz o mal, mas o consentimento dado às suas sugestões. Só uma vontade livre é capaz de fazer o bem ou o mal. Mas, quando a vontade geme sob a provação infligida pelo tentador, se não quer o que lhe é proposto, isso não é falta, mas virtude.
Guardemo-nos de cair na agitação ao lutar contra as tentações, pois isso só as fortalecerá. É preciso tratá-las com desprezo e não lhes ligar. Voltemos o nosso pensamento para Jesus crucificado, para o seu corpo deposto nos teus braços e digamos: “Eis a minha esperança, a fonte da minha alegria! Ligo-me a Ti com todo o meu ser, e não Te deixarei enquanto não me colocares em segurança”.
São João Maria Vianney dizia: “Se os demônios não vos tenta é porque são seus amigos!”
Na leitura da primeira carta aos tessalonicenses continuamos a refletir sobre o momento em deixaremos estas realidades terrenas e o autor sagrado nos alerta de que este momento a ninguém é dado saber; pois Ele virá como um ladrão à noite; porém como não somos filhos das trevas se permanecermos na luz não seremos surpreendidos, pois saberemos ler os sinais do fim dos tempos. Portanto vigiemos e sejamos sóbrios.
Rezemos com o Salmista: Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contempla-lo no seu templo. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1 Tessalonicenses 5,1-6.9-11 
Salmo: 26/27
Evangelho: Lucas 4,31-37