Terça Feira – 1ª. Semana da Quaresma

Amados irmãos e irmãs27971741_1587862444632308_5799085982709788197_n

“Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais”.
O Pai sabe tudo, sabe de tudo que precisamos!
Pai nosso: a oração por excelência; cujas palavras tem significado e força que ultrapassam nosso humano entendimento.
É tão sério o que falamos a respeito das palavras da oração do Pai nosso que se prestássemos bem a atenção talvez até nem tivéssemos coragem de pronuncia-las.
É a oração por excelência; pois foi Jesus quem nos ensinou e é a oração particular que mais agrada a Deus. Não foi feita por homens, mas pelo próprio Deus feito homem. É nosso Pai porque não é só meu, mas de todos e me tornei filho pelo batismo, quando deixei de ser criatura.
A oração do Pai nosso contém sete pedidos onde os três primeiros pedem a santificação do nome do Pai, o desejo da vinda de seu Reino e que sua vontade seja feita. Ao fazermos estes pedidos estamos reconhecendo nossa qualidade de filhos e filhas que querem estar sob o pátrio poder de Deus, sob seu Senhorio não no sentido de escravidão, mas de amparo e proteção.
Os outros quatro pedidos se referem a nós e pedimos ao pai o pão de cada dia; que não falte o alimento para o corpo (vida temporal) e nem falte o alimento para a alma (vida espiritual). Pedimos o perdão de nossas ofensas prometendo perdoar a quem nos tenha ofendido. Pedimos força para resistir às tentações dizendo não ao pecado e finalmente pedimos que Ele nos livre do mal (males espirituais que são os pecados e dos males temporais que são as doenças, fome, desemprego, etc.).
Jesus percebe que a oração estava se tornando um palavrório sem fim e por isto Ele os repreendeu naquela ocasião e nos repreende hoje para que não queiramos aparecer gritando mais alto ou fazendo fórmulas de orações extensas e belas; pois não é isto que vai fazer Deus atender ou deixar de atender a súplica ou ouvir seu louvor e sua adoração.
Se você ama uma pessoa (imagine agora a pessoa que você mais ama) não adianta ficar gritando nas esquinas que a ama ou escrever cartas de dez laudas ou ainda publicar em todos os meios de comunicação este amor; nada disto será mais importante do que um cochicho “ti amo” ao pé do ouvido, um abraço, uma tarde juntos, enfim estar presente e ser presente um para o outro numa relação sincera e verdadeira. É assim que também deve ser o nosso relacionamento com Deus.
Por isso Jesus ensinou aos discípulos o seu jeito de rezar, é a oração de quem chama a Deus de Pai porque vive em seu amor, é a oração de quem sabe reconhece a Santidade do nome de Deus e é a oração de quem só quer fazer a Vontade de Deus.
São Cipriano, bispo de Cartago e mártir na Oração Dominical, 11-12
Caríssimos irmãos, devemos lembrar-nos e saber que, chamando a Deus nosso Pai, devemos proceder como filhos de Deus. Vivamos como templos de Deus, de modo que a nossa vida seja um testemunho da presença de Deus em nós. Não sejam indignas do Espírito as nossas ações. O santo apóstolo escreveu na sua epístola: Não vos pertenceis a vós mesmos, porque fostes comprados por grande preço. Glorificai a Deus no vosso corpo (1Cor 6,19).
Dizemos: Santificado seja o vosso nome, não para exprimir o desejo de que Deus seja santificado com as nossas orações, mas para pedirmos ao Senhor que o seu nome seja santificado em nós. Aliás, por quem poderá Deus ser santificado, se é Ele próprio quem santifica? Mas, porque Ele disse: Sede santos, porque Eu sou santo (Lv 20,26), pedimos e rogamos para que, uma vez santificados no batismo, perseveremos no que principiamos a ser. E isto pedimo-lo todos os dias.
Na profecia de Isaías vemos que a chuva que sempre molha a terra e com a Palavra também é assim, ou seja, ela sempre cumpre sua missão. Esta profecia serve para afastar de nós a presunção de que é por nossos méritos ou competência do pregador que os corações são transformados. A Palavra de Deus tem força própria. A Palavra de Deus é viva e eficaz e uma vez proferida jamais deixa de produzir efeito!
Rezemos com o Salmista: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu e de todos os temores me livrou. Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

Leitura: Isaías 55,10-11
Salmo: 34
Evangelho: Mateus 6,7-15