Terça Feira – 19ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs
“Quem é o maior no Reino dos céus?”
Esta pergunta está sendo feita para mim e para você neste dia de hoje; que resposta daremos?
A resposta de Jesus foi bem clara, ou seja, os pequeninos; os que agem como as crianças, os humildes. O maior é o menor!
No nosso dia a dia, no trabalho, na escola, em casa e até mesmo na Igreja estamos habituados a ser gentil e acolhedor com quem julgamos importante e de influência como, por exemplo, o padre, o bispo, o patrão, o gerente, etc.; ao passo que não tratamos com a mesma diligência os mais simples e humildes.
Jesus usa da figura de uma criança porque a criança tem a inocência e a sinceridade. Vejam por exemplo uma criança de dois anos ela confia no Pai e se o Pai a colocar em cima de uma árvore e mandar que ela pule ela vai pular porque confia no pai. A criança não usa de falsidade e mentira se ela não gostar de você ela vai falar. Além disto, a criança na época de Jesus era discriminada e Jesus então se coloca ao lado dos marginalizados da sociedade.
Os pequenos também são identificados com as ovelhas perdidas; para as quais se devem deixar tudo para ir resgatar. Na comunidade temos que nos empenhar para que os membros não se dispersem e se acontecer, a comunidade deve fazer todo esforço possível para recuperá-los e trazê-los de volta.
Nossos líderes não podem concordar ou se acomodar com a perda de ovelhas, mesmo que seja apenas uma, afinal nosso mestre nos ensina: que ninguém se perca!
O nosso Papa Francisco na homilia de posse da cátedra de Bispo de Roma já nos disse: “Ir à procura da ovelha tresmalhada”. Depois do pecado, Adão sente vergonha, sente-se nu, sente remorso por aquilo que fez; e, todavia Deus não o abandona: se naquele momento começa o exílio longe de Deus, com o pecado, também já existe a promessa do regresso, a possibilidade de regressar a Ele. Imediatamente Deus pergunta: Adão, onde estás? Deus procura-o. Jesus ficou nu por nós, tomou sobre Si a vergonha de Adão, da nudez do seu pecado, para lavar o nosso pecado: pelas suas chagas, fomos curados. Recordai-vos do que diz São Paulo: de que poderei eu gloriar-me senão da minha fraqueza, da minha pobreza? É precisamente sentindo o meu pecado, olhando o meu pecado, que posso ver e encontrar a misericórdia de Deus, o seu amor, e ir até Ele para receber o seu perdão.
Na minha vida pessoal, vi muitas vezes o rosto misericordioso de Deus, a sua paciência; vi também em muitas pessoas a coragem de entrar nas chagas de Jesus, dizendo-Lhe: Senhor, aqui estou, aceita a minha pobreza, esconde nas tuas chagas o meu pecado, lava-o com o teu sangue. E sempre vi que Deus o fez: Deus acolheu, consolou, lavou e amou. Amados irmãos e irmãs, deixemo-nos envolver pela misericórdia de Deus; confiemos na sua paciência, que sempre nos dá tempo; tenhamos a coragem de voltar para sua casa, de habitar nas feridas do seu amor, deixando-nos amar por Ele, de encontrar a sua misericórdia nos sacramentos. Sentiremos a sua ternura maravilhosa, sentiremos o seu abraço, e seremos, nós também, mais capazes de misericórdia, de paciência, de perdão e de amor.
Na leitura do livro de Ezequiel o profeta sugere que é preciso nos alimentar da Palavra; embora esteja dito literalmente colocar dentro da boca, comer; é preciso entender que o que devemos fazer é nos alimentar, nos abastecer da Palavra e só assim nosso testemunho será válido e verdadeiro. Não basta a razão (inteligência humana) ; pois é preciso meditar e orar como o animal que mastiga e depois rumina o seu alimento.

Rezemos com o Salmista: Como é doce ao paladar vossa palavra, muito mais doce do que o mel em minha boca! Vossa palavra é minha herança para sempre, porque ela é que me alegra o coração! Abro a boca e aspiro largamente, pois estou ávido de vossos mandamentos. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Ezequiel 2,8-3,4
Salmo: 118/119
Evangelho: Mateus 18,1-5.10.12-14