Terça Feira – 16ª. Semana comum 

Amados irmãos e irmãs

“Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Os fariseus conseguiram espalhar um boato que se tornou consenso de que Jesus estaria louco, falando e fazendo coisas sem o saber.
Tudo isto porque Jesus era uma ameaça á estrutura do templo, pois quebrava todas as regras e normas religiosas, curava as pessoas de todas as suas enfermidades sem cobrar nada ao passo que como clientela do templo suas ofertas para obter a “pureza” institucionalizada proporcionavam lucros exorbitantes aos sacerdotes, que eram sua maioria Latifundiários proprietários dos animais, vendidos aos cambistas, que os revendiam por um alto preço nas portas do templo, e os sacerdotes ganhavam duas vezes, na venda para o atravessador e depois na oferta.
Infelizmente os séculos se passaram e ainda hoje podemos ver que muitos usam da religião para provocar fanatismo e daí auferir lucros e aí de quem se posicionar contra; estes serão tal como Jesus taxados de loucos e sobre os quais se pedirá providências.
A família de Jesus não reúne só os laços de sangue. Na família humana nosso sangue tem fator RH positivo ou negativo, porém na família de Jesus o RH do nosso sangue tem que ser o amor. “Ele está vestido com um manto tinto de Sangue, e o seu nome é Verbo de Deus” (Ap 9,13). Este Sangue representa todo o Seu amor por nós. “Porque isto é meu Sangue, o Sangue da Nova Aliança, derramado para remissão dos pecados” (Mt 26,28). “Ele nos adquiriu com o Seu Sangue”, ou seja, com seu AMOR! (At 20,28).
Quando Jesus pergunta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” Temos a impressão de que Ele estaria desrespeitando sua mãe, mas a seguir ao explicitar quem são seus parentes tudo fica esclarecido e aí podemos entender que todos os que fazem a vontade do Pai são membros de sua família, inclusive Maria que foi a primeira a dar o sim que mudaria a história da humanidade. O parentesco com Jesus terá que ser pelo cumprimento da vontade do Pai.
Ao nos colocarmos a caminho no seguimento de Cristo vamos também nos deparando com situações interessantes onde aqueles que são membros da nossa comunidade acabam se tornando mais próximos de nós do que aqueles que são consanguíneos. Basta olharmos para verificar que por vezes estamos sempre juntos com os irmãos da comunidade seja nas missas de todos os finais de semana, nos retiros, encontros, festinhas ou eventos paroquiais; ao passo que aos nossos parentes consanguíneos os encontros são ocasionais.
Do livro de Miquéias vemos que os exilados regressam cheio de esperança, mas se deparam com muitas dificuldades, inclusive inimizades antigas e terras invadidas. Apesar disso não perdem a esperança, pois confiam em Deus, procuram refazer suas vidas e sua história pela oração humilde e confiante. Lembram as maravilhas que Deus já fizera quando tirou Israel do Egito.

Rezemos com o Salmista: Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo, encobristes toda a falta cometida; retirastes a ameaça que fizestes, acalmastes o furor de vossa ira. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Mq 7,14-15.18-20
Salmo:84
Evangelho: Mateus 12,46-50