Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

19424461_1355919124493309_2038621932898937170_nAmados irmãos e irmãs
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”.
A festa do Sagrado Coração de Jesus é a festa do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, por toda a humanidade. Que o Senhor faça o nosso coração semelhante ao dele.
Certamente no Evangelho Jesus está a dizer que os “sábios e inteligentes” daquele tempo não tinham um coração semelhante ao dele e por isto não lhes era revelado esta face amorosa como para os pequeninos.
A impossibilidade de cumprir, no dia a dia, os 613 mandamentos da Lei escrita e oral criava consciências pesadas e atormentadas, sentiam-se condenados e malditos, afastados de Deus e indignos da salvação. A Lei aprisionava em lugar de libertar e afastava os homens de Deus em lugar de conduzi-los para a comunhão com Deus. Jesus veio libertar o homem da escravidão da Lei.
Devemos estar atentos ainda hoje para leis e preceitos não nos tornem escravos cansados e fatigados.
Cuidemos para que nossas comunidades sejam espaços de acolhimento e de hospitalidade, oásis do amor de Deus, não só para os amigos, mas principalmente para os pequeninos, os pobres, os marginalizados, os sofredores que buscam em nós um sinal do amor de Deus.
Guilherme de Saint-Thierry, monge beneditino e depois cisterciense em suas Orações meditativas, 8,6; SC 324 nos diz: “Senhor para onde levas tu os que beijas e abraças, senão para o teu próprio coração? O teu coração, Jesus, é esse doce manancial da tua divindade que está aí no teu íntimo, o vaso de ouro da alma, que ultrapassa todo o conhecimento (Hb 9,4). Bem-aventurados todos aqueles a quem o teu coração atrai! Bem-aventurados aqueles que, fugindo para as profundezas, foram escondidos por Ti no segredo do teu coração, aqueles que levas aos ombros, ao abrigo dos males desta vida (Sl 31,21). Bem-aventurados aqueles que não tem outra esperança se não o calor e a proteção das tuas asas (Sl 90,4). A força dos teus ombros protege aqueles que escondem no fundo do teu coração (Lc 13,34), onde podem dormir tranquilamente. Uma doce espera os aguarda nesse abrigo de uma consciência santa, e da expectativa da recompensa que prometeste. A sua fraqueza não os faz desfalecer, nem nenhuma inquietude os faz murmurar (Sl 68,13).
Na primeira leitura do livro do Deuteronômio vemos que foi o amor gratuito, incondicional e eterno que levou Deus a eleger Israel, a libertá-lo da opressão, a fazer com ele uma Aliança, a derramar sobre ele a sua misericórdia em tantos momentos concretos da história. Israel é um Povo consagrado ao Senhor e isto significa dizer que é um Povo santo, separado e reservado para o serviço de Deus e que deve responder com amor ao amor de Deus.
Na leitura da Primeira Carta de São João nós lemos que o amor é um elemento essencial da identidade cristã. É o amor que distingue aqueles que são de Deus daqueles que não são. O ponto de partida é a constatação de que Deus é amor e isso significa que o amor é a essência de Deus, a sua característica mais acentuada, a sua atividade mais específica. Como o amor que Deus tem por nós, também o nosso amor pelos irmãos deve ser gratuito, incondicional, total, até à morte.
Rezemos com o Salmista: O Senhor realiza obras de justiça e garante o direito aos oprimidos; revelou os seus caminhos a Moisés, e aos filhos de Israel, seus grandes feitos. O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo. Não nos trata como exigem nossas faltas, nem nos pune em proporção às nossas culpas. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Dt 7,6-11
Salmo: 102
2ª. Leitura: 1Jo 4,7-16
Evangelho: Mt 11,25-30