Solenidade da Imaculada Conceição

15338894_1154983261253564_1049326733120194199_nAmados irmãos e irmãs
“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
O Dogma da Imaculada Conceição tem um itinerário interessante pois ele não partiu de cima para baixo,Jesus antecipou a Salvação em Maria, livrando-a da mancha do pecado original. Aos poucos Maria foi descobrindo isso, depois dela as comunidades cristãs também o descobriram em suas devoções marianas, só então a Igreja reconheceu e proclamou solenemente esse Dogma proclamado pelo Papa Pio XII em 1854.
A festa começou a fixar-se no dia 8 de dezembro por ter relação ao dia 8 de setembro (a festa da natividade da Nossa Senhora) e recebeu o nome a “Conceição da Santa Virgem Maria” (nove meses antes do nascimento em 08 de setembro).
Maria é uma filha de Eva como todas as mulheres do mundo. Tem corpo de mulher, psicologia de mulher, sentimentos de mulher, modos de ser e de atuar próprios da condição feminina. Era uma mulher simples do povo, uma moça pobre, nova e logo esposa de um humilde trabalhador.
A mulher naquele tempo não podia conversar com outro homem que não fosse seu marido, agora dialoga com um anjo de Deus e toma decisão de ser a Mãe do Senhor.
A mulher, naqueles tempos, não tinha acesso à Palavra escrita da Tora ou dos profetas. Na época tinha um dito: “É melhor queimar a Bíblia do que entregá-la nas mãos de uma mulher”. Agora Maria, uma mulher, tem em seu ventre materno a própria Palavra de Deus feita carne: o Emanuel, Deus-Conosco, Jesus Cristo.
Maria é nossa irmã e nossa mãe. Enquanto irmã, Maria é igual a todos os cristãos: filha adotiva de Deus por meio de Jesus Cristo, eleita para ser herdeira do Reino de Deus (cf. Ef 1,5). Maria “cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa mãe na ordem da graça” (LG n. 61).
Neste Evangelho vemos que o Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá acontecer com a colaboração de uma mulher que representa a humanidade.
A vinda do messias começa então a ser articulada entre Deus e uma mocinha pobre de Nazaré, até ela própria fica assustada e surpresa, mas o seu Sim muda os rumos da história do seu povo.O noivo de Maria chama-se José e é descendente do rei Davi, mas apesar disso é um homem pobre que vive de sua profissão de carpinteiro. Deus nunca seguiu as estruturas humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Maria estava longe de compreender o projeto de Deus a seu respeito.
Maria não é casada, não tem marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a parenta Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança. Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á morte por apedrejamento, caso o noivo a denunciasse.
Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai.
O Catecismo da Igreja Católica nos §§ 490-493 nos ensina: Para vir a ser Mãe do Salvador, Maria foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão (Vaticano II LG 56). O anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-a como a cheia de graça. Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, cumulada de graça por Deus, tinha sido redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX: Por uma graça e favor singular de Deus onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição. Este esplendor de uma santidade de todo singular, com que foi enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição (LG 56), vem-lhe totalmente de Cristo: foi remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho (LG 53). Mais que toda e qualquer outra pessoa criada, o Pai a encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo (Ef 1, 3). Nele a escolheu antes da criação do mundo, para ser, na caridade, santa e irrepreensível na sua presença (Ef 1, 4). Os Padres da tradição oriental chamam a Mãe de Deus de “a toda santa” (Panaghia), celebram-na como isenta de toda a mancha de pecado, visto que o próprio Espírito Santo a modelou e dela fez uma nova criatura. Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a vida.
Na leitura do livro do Gênesis vemos que Adão confessa queteve medo, porque estava nu; ou seja, o pecado nos despe da dignidade de filhos de Deus e assim ficamos com medo e procuramos nos afastar do Senhor. A serpente é a figura do inimigo de Deus e como sabe que nada pode fazer contra Deus procura prejudicar e destruir o que Deus mais ama que somos nós os seus filhos; mas assim como uma mulher(Eva) foi enganada e deu um sim ao pecado;Maria não se deixou enganar e deu seu SIM a Deus e por isto a inimizade eterna entre Maria figura de mulher ) e a serpente.
Na leitura da carta de são Paulo aos Efésios o apóstolo nos fala que Deus em seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo, e óbvio é que para ser filho de Deus teríamos que ser irmãos de Jesus e para ser irmão de Jesus temos que ser filhos de Maria. Ela concebeu o unigênito e primogênito e Ele nos aceitou como irmãos mesmo que isto lhe custasse a vida. Não existe prova maior de amor por nós;primeiro a de Jesus aceitar que para sermos adotados tivesse que morrer e em segundo plano Maria nos aceitar como filhos e nos amar mesmo sabendo que por nossas faltas o seu primogênito e unigênito tivesse sido crucificado e morto numa cruz.
Rezemos com o Salmista:O Senhor fez conhecer a salvação e, às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel. Os confins do universo contemplaram a salvação do Senhor nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura:Gênesis 3,9-15.20
Salmo: 97/98
2ª. Leitura:Efésios 1,3-6.11-12
Evangelho:Lucas 1,26-38