Sexta Feira – 28ª. Semana comum

Amados irmãos e irmãs 

“Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.
O Evangelho nos fala de que as pessoas quase que eram pisoteadas e aí perguntamos qual seria o motivo de tanto esforço? Fanatismo? Às vezes fico a imaginar como me portaria se ficasse dias a fio sem água e de repente avistasse um manancial, creio que com certeza iria não só beber a água, mas pular dentro do poço. Eles estavam diante da fonte da Água Viva e queriam ser saciados.
Jesus mais uma vez fala do fermento dos fariseus, da hipocrisia que em nada contribui para o crescimento das pessoas; servindo apenas para manutenção das benesses de uns poucos privilegiados.
Neste Evangelho os alertas de Jesus não de natureza moral; mas sim por que as comunidades ameaçadas por perseguições e falsas doutrinas corre risco na questão da perseverança e fidelidade. Os cristãos não podem ser como os fariseus; nós precisamos ter um comportamento marcado pela autenticidade e pela clareza. Nossas palavras devem corresponder ao que pensamos, sentimos e fazemos, professando abertamente e sem medo a sua fé, custe o que custar, porque nada há encoberto que não venha a descobrir se. Lembramos aqui que para não serem hipócritas como os fariseus milhares de cristãos da Igreja primitiva deram a vida por causa do reino.
Uma das maiores demonstrações deste doar a vida está justamente na carta de Santo Inácio de Antioquia à Igreja Católica em Roma onde ele diz: “Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu sepulcro e não deixem rasto do meu corpo. Então serei verdadeiro discípulo de Cristo”.
Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: “Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível”.
Na carta de Paulo aos efésios vamos nos deparar com a questão de que embora estejamos todos salvos pelo sacrifício de Cristo; não podemos nos esquecer de que como somos livres, podemos recusar essa herança e, por isso, excluir-nos da salvação que nos foi dada gratuitamente. Portanto, dizer que estamos predestinados, não significa dizer que estamos necessariamente salvos: “Deus, que nos criou sem nós, não nos pode salvar sem nós” (S. Agostinho).
Rezemos com o Salmista: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança! Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Efésios 1, 11-14
Salmo: 32
Evangelho: Lucas 12, 1-7