Sexta Feira – 1ª. Semana da Quaresma

Amados irmãos e irmãs28055858_1587865717965314_7310359687728701638_n
“Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta”.
Deus não se relaciona com quem não se relaciona com o irmão. Se Jesus é o único caminho que leva ao Pai; podemos dizer que só se chega a Jesus se passar pelo irmão.
Aqui na comunidade costumamos dizer aos irmãos nos dias de jejum: Jejum sem oração é regime para emagrecer e nesta oração você oferece a Deus o seu jejum; porém saiba que Deus não vai aceitar teu jejum se ele foi feito com cara feia,palavras amargas,se ele foi feito com brigas e discussões com os irmãos. Assim também Ele não aceita nossa oferta ou qualquer outro sacrifício.
Ainda no Evangelho o proibido matar não pode e não deve ser entendido como somente o tirar a vida biológica (física); mas também todas as outras formas de morte como o ódio, a calúnia, injúria, exclusão social e mentira. São Tiago nos ensina a refrear a língua e diríamos que ela (a língua) é responsável, quando usada de qualquer jeito, por muitos males aos nossos irmãos. A mentira, a calúnia e a injúria que são proferidas pela língua tem levado a destruição de muitas famílias onde os pais se separam, brigas e contendas e até morte (física), tudo por causa de uma palavra proferida.
Quanto à validade do Primeiro Testamento em relação ao segundo Jesus deixou bem claro que um não abole o outro e diríamos que o Primeiro Testamento é como semente e o segundo a flor e o fruto. A semente não é a flor e nem o fruto, mas a flor e o fruto contem toda a essência da semente.
No Evangelho vemos o 5º mandamento dizer: “Não matarás!” – Não somente a vida física, mas precisamos olhar para outras formas de matar a vida nos outros.
Ser fiel a Deus deve levar em conta: o da dignidade humana. A ira, inveja, a humilhação, ódio e opressão para com o próximo em especial os mais fracos e pequeninos é muito grave.
É inútil aspirar a viver em união com o Pai do céu sem um esforço prévio de reconciliação e de comunhão com o próximo.
Uma condição indispensável para a comunhão com Deus é a comunhão com o irmão, uma não existe sem a outra.
Quanto à recusa da oferta o grande ensinamento é que celebramos na liturgia a nossa vida e nisto não pode haver falsidade.
A sairmos da Igreja devemos viver o que celebramos e ao entrarmos na Igreja devemos celebrar o que vivemos.
Pergunta-se então se alguém sai da Igreja para viver o ódio e a guerra ou se alguém entra na Igreja para celebrar estas coisas. Se formos da verdade cuidado com a resposta a dar.
Se formos seriamente prejudicados por outros, oremos para que cicatrizem as recordações dolorosas e para que obtenhamos a graça de os perdoarmos.
É por isto meus irmãos que o salmista nos ensina a responder: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?
São Cesário de Arles, monge e bispo nos Sermões ao povo, nº 25; SC 243 nos ensina: Há uma misericórdia no céu à qual se chega através da misericórdia na terra. E há dois tipos de esmola: uma é boa e a outra melhor. Uma consiste em dar pão aos pobres; a outra, em perdoar imediatamente ao teu irmão que pecou contra ti. Com a ajuda do Senhor, apressemo-nos a praticar estes dois tipos de esmola, para podermos receber o perdão eterno e a verdadeira misericórdia de Cristo. Pois Ele mesmo disse: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas. (Mt 6,14ss). E o Espírito Santo então clama: Um homem guarda rancor contra outro homem e pede a Deus que o cure? Não tem compaixão pelo seu semelhante e pede o perdão dos seus pecados?
Apressemo-nos, enquanto pudermos e enquanto vivermos, a praticar esses dois tipos de esmola e a distribuí-la aos outros. Assim, no dia do nosso julgamento, poderemos dizer com confiança: Dá-nos, Senhor, porque nós demos.
A profecia de Ezequiel nos mostra que Deus não se satisfaz com a morte dos maus, mas antes quer que eles se convertam. Diz ainda que os maus que se convertem passam a ter vida pelo bem que agora fazem. Ao passo que os bons que passam para lado do mal vão perecer pelo mal que fazem.
Rezemos com o Salmista: No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minha alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora. Espere Israel pelo Senhor mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção.Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Ezequiel 18,21-28
Salmo: 129/130
Evangelho: Mateus 5,20-26