Sexta Feira – 14.ª Semana Comum

13620780_1021458614606030_5238287595961687961_nAmados irmãos e irmãs

“Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas”.

Como deve a Igreja se portar diante das hostilidades? Alguns têm a tentação de desistir de tudo ao passo que outros como os primeiros cristãos estão dispostos a lutar até o martírio se necessário for.

As perseguições, a hostilidade, não vêm somente de fora, mas também de dentro da comunidade e da própria família.

Nesta onda que vem de dentro da própria Igreja vemos grupos que se digladiam querendo impor seu jeito de ser Igreja a moda humana, pregam uma religião descompromissada onde o homem é livre para fazer de sua vida o que bem entender, vez que são seduzidos pela vida fácil.

É preciso prudência e simplicidade; é preciso discernimento para agir com serenidade. Jesus não quer que ninguém use de violência para impor seu Evangelho que é de paz.

As traições, o ódio, a rejeição por causa de Jesus e do seu evangelho não têm por que nos assustar; cremos que elas sejam os mais autênticos sinais de que estamos sendo fiéis ao Evangelho.

Precisamos entender que as vezes somos cordeiro, mas as vezes agimos como lobo e isto acontece quando nos deixamos levar por paixões mundanas para tirar proveito, ter lucro usando a Palavra de Deus e enganando os irmãos.

Para aqueles que pensam em ter vida fácil como missionário as palavras de Jesus não deixam margem para ilusões: o cumprimento do mandato missionário sempre acontece em meio a dificuldades e incompreensões.

Santo Inácio de Antioquia bispo e mártir em Carta a Policarpo também bispo e mártir diz: “Exorto-te, pela graça de que estás revestido, a que redobres de ardor e a que exortes todos os irmãos, para que sejam salvos. Justifica a tua dignidade episcopal por meio de uma vigilância incessante da carne e do espírito; tem o cuidado da unidade, que nada ponha em causa. Suporta todos os teus irmãos com paciência, como o Senhor te suporta a ti; suporta-os a todos com amor, como, aliás, fazes. Ora sem descanso; suplica uma sabedoria ainda maior; vela e mantém o teu espírito em alerta; fala a cada um em particular, a exemplo de Deus. Suporta as enfermidades (cf Mt 8,17) de todos como verdadeiro atleta; onde houver mais esforço, aí haverá mais ganho.

Se apenas amares os bons discípulos, não tens qualquer mérito; os que têm de submeter pelo amor são principalmente os mais afetados. Não se aplica o mesmo bálsamo a todos os ferimentos; apazígua as crises agudas com compressas umedecidas. Sê em todas as coisas prudente como as serpentes e sempre simples como as pombas. Tu, que és carne e espírito, trata com bondade aquilo que atinges pelos sentidos, mas reza também para que o mundo invisível te seja revelado. Deste modo, não te faltará coisa alguma, e serás rico com os dons do Espírito.

Assim como o navegador invoca os ventos e o marinheiro assaltado pela tempestade clama pelo porto, assim este nosso tempo te convida a juntares-te a Deus. Pratica a sobriedade, como atleta de Deus que és, e terás como prêmio a vida eterna e imperecível. Um grande atleta triunfa a despeito dos golpes. É principalmente por Deus que temos de aceitar todas as provas, a fim de que também Ele nos aceite. Redobra o teu zelo; examina atentamente esta época. Espera Aquele que está para além do tempo, que é eterno e invisível, mas que se deixou ver por nós, Aquele que, sendo intangível e incapaz de sofrer, conheceu a paixão e consentiu em todos os sofrimentos.

No livro da profecia de Oséias vemos o profeta proclamar o apaixonado amor de Deus por Israel e por isto faz um convite muitas vezes repetido para que se arrependam e neste caso Ele curará sua infidelidade, amá-los-ás de todo o coração e sua cólera se afastará.
Rezemos com o Salmista: Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Os 14,2-10
Salmo: 50
Evangelho: Mateus 10,16-23