Segunda Feira – 30ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs22780586_1475851862500034_7903766496041338808_n
Qual o peso em nossas costas que nos faz andar curvado, que nos impede de olhar para o alto? Muitos são os fardos colocados sobre nossos ombros e eles vão desde a doença física ou psíquica, o desemprego, a vaidade, orgulho, autossuficiência, etc.
Além destes fardos será que nós enquanto Igreja/instituição não estamos impedindo de que estes fardos sejam tirados ou até às vezes estamos colocando outros fardos ainda mais pesados.
Hoje vemos que a iniciativa parte de Jesus, Ele percebe o peso do fardo naquela mulher e a chama para libertar e se colocar ereta olhando para o alto. O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado; sai logo censurando e isto nos leva a pensar quantas vezes nos dias de hoje nós também não censuramos quando o padre atrasa para a missa ou para a reunião porque estava atendendo confissão ou atendendo algum pobre que nem pertence a comunidade.
Lembro-me aqui de um padre que certa feita convidamos para pregar um retiro e após a primeira pregação fez-se uma fila para confessar e ele desesperado dizia: “O senhor não pode me deixar pecar; pois negar atender confissão é pecado, arrume urgente um padre para atender estas pessoas que querem e precisam ser libertadas”. Ficamos na saia justa, pois o pregador disse que não voltaria a pregar enquanto tivesse pessoas para confessar. Claro que a esta altura mil e uma censuras, pois podia se ouvir: hoje não é dia de confissão; quer confessar procure o padre durante a semana, eu paguei para o retiro e quero as palestras e por aí vai…
Jesus, o Mestre nos ensina que se é para libertar o outro não tem dia e nem hora; não dá para querer agendar hora para Deus derramar sua graça e sua benção.
São João Paulo II na Carta apostólica “Dies Domini”, §§ 24-25 nos ensina: O dia da nova criação: a comparação do domingo cristão com o conceito do sábado, próprio do Antigo Testamento, suscitou aprofundamentos teológicos de grande interesse. De modo particular, evidenciou-se a especial ligação que existe entre a ressurreição e a criação. De fato, era natural que a reflexão cristã relacionasse a ressurreição, acontecida no primeiro dia da semana, com o primeiro dia daquela semana cósmica (Gn 1,1-2,4). O relacionamento feito convidava a ver a ressurreição como o início de uma nova criação, da qual Cristo glorioso constitui as primícias, sendo Ele o Primogênito de toda a criação (Cl 1,15), e também o Primogênito dos que ressuscitam dos mortos (Cl 1,18). Com efeito, o domingo é, mais do que qualquer outro, o dia em que o cristão é chamado a lembrar a salvação que lhe foi oferecida no batismo e o tornou um homem novo em Cristo. Sepultados com Ele no batismo, foi também com Ele que ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos (Cl 2,12; Rm 6,4-6). A liturgia põe em evidência esta dimensão batismal do domingo, quer exortando a celebrar os batismos, para além da Vigília Pascal, também neste dia da semana em que a Igreja comemora a ressurreição do Senhor, quer sugerindo como oportuno rito penitencial no início da Missa a aspersão com a água benta, que evoca precisamente o evento batismal em que nasce toda a existência cristã.
Aos romanos Paulo diz que nada devemos a carne, uma vez que é conforme o Espírito que devemos viver. E, vivendo segundo o Espírito seremos verdadeiramente filhos e como filhos, não viveremos como escravos sujeitos ao medo, mas sim como aqueles que clamam Abbá Pai. A palavra significa paizinho, ou seja, tem que ter intimidade com para usar este diminutivo e era assim que Jesus se dirigia ao Pai e nos ensina a ter a mesma atitude.
Oremos com o salmista: Dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor; é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

Leitura: Rm 8,12-17
Salmo: 67
Evangelho: Lucas 13,10-17