Segunda Feira – 28ª. Semana comum

Amados irmãos e irmãs 

“Ora, aqui está quem é mais que Salomão… Ora, aqui está quem é mais do que Jonas”. Se quisermos completar este pensamento poderíamos arrematar dizendo: aqui está quem pé maior do que todos os profetas, anjos e santos e não há em nenhum lugar do universo quem seja maior!
Quantos de nós ainda estamos rezando e pedindo a Deus sinais para que possamos crer melhor?
Buscar a fé dos sinais, sem ter compromisso com o Evangelho é o mesmo que condicionar nossa aceitação ao projeto de Deus a um simples sinal. Por acaso o grande sinal não seria aceitarmos o Evangelho? Será que vamos ficar esperando um sinal para converter nosso coração?
No Evangelho está o poder da palavra de Deus, que se acolhida provoca mudança radical naquele que a acolheu sem necessidade de sinais.
Infelizmente alguns ficam a procura de visões, aparições e acabam por criar um fanatismo que leva as pessoas a uma fé supersticiosa.
Outro detalhe que não podemos esquecer jamais é que o nosso inimigo sabe quando estamos a busca de sinais (em especial bens materiais) e ele pode oferecer sinais que desejamos e aí nos afastamos da verdadeira e são doutrina.
Diante do anúncio de Jonas os ninivitas fizeram penitência e acreditaram em Deus (Jn 3,4) e quanto nós devemos também diante daquele que é o maior sinal, Jesus, fazer penitencia e crer que Ele é o Filho do Deus Altíssimo.
São Justino filósofo e mártir no Diálogo com Trifão, 106-107 nos ensina: O Filho sabia que o Pai, segundo o seu desejo, lhe daria tudo, que o ressuscitaria de entre os mortos, e exortou todos os que temem a Deus a louvá-lo por ter tido compaixão pela raça de homens crentes graças ao mistério do Crucificado (Sl 21,24). Para, além disso, esteve entre os seus irmãos apóstolos após a sua ressurreição de entre os mortos, e eles arrependeram-se por se terem afastado dele durante a crucifixão.
Ele devia ressuscitar ao terceiro dia após a crucifixão; eis porque está escrito nas Memórias dos apóstolos, os evangelhos, que os judeus que com Ele conversavam disseram: Mostra-nos um sinal. Ele respondeu-lhes: O único sinal que vos será dado é o de Jonas. Com tais palavras veladas, podiam os auditores compreender que após a crucifixão, ao terceiro dia, Ele ressuscitaria. Mostrava-lhes assim que havia mais maldade nos seus compatriotas que na cidade de Nínive; porque quando, sendo lançado ao terceiro dia para fora do ventre do grande peixe, Jonas anunciou aos ninivitas que após três dias pereceriam em massa, estes proclamaram jejum a todos os seres vivos, homens e animais, com vestes de luto, com violentos lamentos, verdadeira penitência e a renúncia à injustiça. Eles acreditaram que Deus é misericordioso, que é um Espírito benevolente (Sb 1,6), para todos aqueles que fogem do mal.
Afraate (?-c. 345), monge e bispo de Nínive, perto de Mossul Exposições, n°3: Sobre o jejum; SC 349: Como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração. Os filhos de Nínive praticaram um jejum puro quando Jonas lhes pregou a conversão. Com efeito, está escrito: Assim que ouviram a pregação de Jonas, decretaram um jejum permanente e uma súplica ininterrupta, vestiram-se de saco e sentaram-se na cinza. Despiram as vestes delicadas e, em vez delas, vestiram-se de serapilheira. Recusaram aos lactantes o seio das suas mães e não levaram o gado às pastagens (Jn 3). E eis que está escrito: Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez. Não está dito: Viu a abstinência de pão e água, com saco e cinza, mas que se convertiam do seu mau caminho. Foi um jejum puro, o dos ninivitas, um jejum que foi aceite: o jejum com que se afastaram dos maus caminhos e da rapacidade das suas mãos. Pois, meu amigo, quando jejuamos, a melhor coisa é sempre a abstinência da maldade. É melhor que a abstinência de pão e água, melhor que «curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza», como disse Isaías (58,5). Com efeito, quando um homem se abstém de pão, de água ou de qualquer alimento, se cobre de saco e se aflige, é amado, belo e aprovado. Mas aquilo que mais agrada é que ele se humilhe, que se liberte do jugo da impiedade e que quebre toda a opressão do erro. Então, a tua luz surgirá como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar, serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis (Is 58,6ss).
Na leitura da carta de são Paulo aos gálatas nos é ensinado que o sentido alegórico dos dois filhos de Abraão é que um representa ser filhos de uma escrava ( nascer para a escravidão) ao passo que o outro é filho da mulher livre e assim somos nós pois foi para a liberdade que Cristo nos libertou.
Rezemos com o Salmista: Quem pode comparar-se ao nosso Deus, que se inclina para olhar o céu e a terra? Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Gl 4, 22-24.26-27.31-5,1
Salmo: 112
Evangelho: Lucas 11,29-32