Segunda Feira – 22ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs21272520_1425599647525256_3417419887511141801_n
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor”.
Jesus escolheu o livro do profeta Isaías que era o seu preferido, porque já o havia lido várias vezes e tinha a nítida impressão de que o texto falava dele. Ao ler seu coração começou a bater mais forte, percebeu que Deus não apenas falava para ele, mas falava dele, da sua vida, da sua história e da sua missão. Compreendeu que a libertação com que tanto sonhava junto com seu povo, ia muito além de uma libertação política, era preciso libertar o homem do mal que havia em seus corações, que impedia de amar a Deus e aos irmãos. Precisava dizer isso aos pobres, aos cegos e oprimidos, que um tempo novo estava começando.
Nos tempos atuais somos convidados a agir da mesma forma nas celebrações em nossas comunidades. A palavra que é proclamada não é algo distante no tempo e no espaço, mas sim algo que fala de nós e para nós, fala de nossa história; pois recebemos a unção do mesmo Espírito Santo, não para participar da celebração como evento social ou reunião de associados, mas para termos a mesma coragem de Jesus para cumprir a nossa missão, anunciar a boa notícia aos pobres, a palavra libertadora a quem está cego e cativo, e falar de um tempo novo onde Deus manifesta todo o seu amor.
Para refletirmos fica a pergunta: Será que quando proclamamos a Palavra em nossas celebrações poderíamos dizer que aquela palavra se cumpre em nós; ou seja, somos profeta, rei e sacerdotes? Estamos libertando os cativos com nossas ações? Abrindo os olhos dos cegos em especial os cegos espiritualmente? Ou estamos simplesmente lendo em nossas celebrações de forma que quando a celebração termina a Palavra permanece fria no livro?
Faustino de Roma, presbítero no Sermão “A Trindade”, 39-40, CCL 69, 340-341 nos ensina: O nosso Salvador tornou-se verdadeiramente Cristo ou Messias na sua encarnação e permanece verdadeiro rei e verdadeiro sacerdote; Ele é em si mesmo as duas coisas, pois nada pode diminuir o Salvador. Ouçamo-lo dizer que foi feito rei: Fui Eu que consagrei o meu rei sobre o meu monte santos (Sl 2,6). Ouçamos ainda o testemunho do Pai, afirmando que Ele é sacerdote: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110,4). Ele é, portanto, pela sua encarnação, Salvador, sacerdote e rei. Mas recebeu a unção espiritualmente e não materialmente. Entre os israelitas, aqueles que eram sacerdotes e reis recebiam uma unção material com óleo, que fazia deles sacerdotes e reis. Nenhum deles possuía simultaneamente esses dois títulos: ou eram sacerdotes ou eram reis. A perfeição e a plenitude totais pertencem exclusivamente a Cristo.
Embora nenhum deles tenha tido os dois títulos, como tinham recebido fisicamente a unção do óleo real ou sacerdotal, chamavam-lhes messias ou cristos, que quer dizer ungidos (cf Sl 89). Enquanto o Salvador, que é verdadeiramente Cristo, foi consagrado pela unção do Espírito Santo, para realizar o que tinha sido escrito sobre Ele: Por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo da alegria, preferindo-te aos teus companheiros (Sl 45,8). Ele está acima dos companheiros que assumem o nome de cristos por causa da unção, pois foi consagrado com o óleo da alegria, que designa o Espírito Santo.
Ele é verdadeiramente Sacerdote, Profeta e Rei.
Na primeira carta aos tessalonicenses o apóstolo Paulo nos fala da esperança; ao cristão não é conveniente entristecer e preocupar-se excessivamente com o que acontece aos mortos ;pois se cremos na ressurreição de Cristo temos que ter a certeza de n’Ele também ressuscitaremos. Também é estabelecida como que uma precedência para aqueles que já morreram em relação àqueles que ainda estiverem vivos.
Rezemos com o Salmista: O Senhor vem julgar nossa terra. O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas. Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça e os povos julgará com lealdade. Amém

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: 1 Tessalonicenses 4,13-18
Salmo: 95/96
Evangelho: Lucas 4,16-30