Sábado 5ª. Semana da páscoa

31947087_1676007259151159_6739125981769891840_n“O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa”. A certeza desta afirmativa de Jesus deve ser para nós sinal de que estamos sendo fiel a missão, ou seja, a perseguição é este sinal. Se o perseguiram também perseguirão a nós; porém o grande alento que temos é que vão guardar a Palavra anunciada por nós; porque ela não é nossa, mas de Deus. Eis aí o porquê devemos ser fiel no anúncio sem acrescentar e nem retirara nada desta Palavra que nos foi dada.
Outro detalhe importante é que os que realmente são perseguidos por causa da Palavra não se fazem de vítima e nem ficam a procura de holofotes; pois os apóstolos quando eram apedrejados ou espancados saiam e iam pregar ao invés de ficar lamentando. O discípulo missionário que é perseguido não procura a perseguição e nem lhe dá causa como vemos hoje com aqueles que gostam de se envolver em polêmicas muito mais para promoção pessoal do que para anunciar a Palavra e o nome de Jesus.
Ao final Jesus diz: “Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”. Isto significa que os que nos perseguem não conhecem o Pai; pois se o conhecessem com certeza não fariam isto. Jesus na Cruz deu a grande lição ao dizer: “ Pai perdoa-lhes ; pois eles não sabem o que fazem”! Nós também poderíamos dizer o mesmo em relação aos que nos perseguem; mas a pergunta que fica é: quem deveria então fazer com que eles conhecessem o Pai e a resposta é simples: Isto cabe a nós. Os seguidores autênticos de Jesus o imitam em tudo, ensinam suas palavras e realizam as mesmas obras e esta é a melhor forma de fazer com que conheçam o Pai e creiam que Jesus ressuscitou, que está vivo e que caminha conosco.
Ele veio ao mundo, mas o mundo não o reconheceu e ainda hoje não o reconhece naqueles aos quais Ele enviou. Esta afirmação fica em aberto para que possamos sobre ela nos debruçar e refletir sobre o nosso papel enquanto protagonistas.
São Policarpo, bispo e mártir na Carta aos Filipenses, 1,1–2,3; 8,2; 9,1-2 nos ensina: muito me alegro convosco em Nosso Senhor Jesus Cristo, porque recebestes aqueles que são a imagem da verdadeira caridade (Santo Inácio de Antioquia e companheiros), aqueles que iam presos com cadeias dignas dos santos, cadeias que são os diademas de quem foi escolhido pelo nosso Deus e Senhor. Alegro-me também porque a raiz vigorosa da vossa fé, tão celebrada desde tempos antigos, ainda permanece até aos nossos dias e produz frutos em Nosso Senhor Jesus Cristo, que por nossos pecados foi voluntariamente ao encontro da morte e que Deus ressuscitou, libertando-o das cadeias da morte (At 2,24). Sem o verdes ainda, vós acreditais nele com uma alegria inefável e gloriosa (1Pd 1,8). Aquele que O ressuscitou dos mortos também nos ressuscitará a nós (2Cor 4,14) se cumprirmos a Sua vontade e vivermos segundo os Seus mandamentos, amando o que Ele amou. Sejamos imitadores da Sua paciência; e, se padecemos por Sua causa, dêmos glória ao Seu nome. Este foi o exemplo que Ele nos deu com a Sua vida, e é nisso que nós acreditamos.
Peço-vos a todos que obedeçais à palavra da justiça e em tudo exerciteis a paciência. Esta paciência pudestes vós contemplá-la com os vossos próprios olhos, não só nos bem-aventurados Inácio, Zózimo e Rufo, mas também em muitos outros que eram da vossa comunidade, bem como no próprio Paulo e nos outros Apóstolos. Lembrai-vos de que todos estes não correram em vão (Gl 2,2), mas na fé e na justiça, e se encontram agora no lugar que mereceram, junto do Senhor, com quem também padeceram. Porque eles não amaram este mundo (2Tm 4,10), mas Aquele que por nós morreu e que Deus ressuscitou por nossa causa.
Na leitura dos Atos dos apóstolos o que significa: que foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra de Deus na (província da) Ásia. Extraído de seu contexto podemos ficar sem entender mas considerando que os apóstolos queriam ir para um lugar e é o Espírito Santo quem dirige os passos dos missionários estes foram impelidos para irem à Macedônia. A grande lição para todos nós que somos discípulos missionários é saber que sempre devemos estar atentos e na escuta do que o Espírito quer para sua Igreja.

Rezemos com o Salmista: Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos! Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, ele mesmo nos fez e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho. Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente! Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Atos 16,1-10 
Salmo: 100 
Evangelho: João 15,18-21