Sábado – 13ª. Semana Comum

Amados irmãos e irmãs
Podem os amigos do esposo afligir-se enquanto o esposo está com eles? Dias virão em que lhes será tirado o esposo. Então eles jejuarão.
Jesus não é contra o jejum, ele mesmo jejuou no deserto por 40 dias. O que Jesus questiona é o porquê jejuar? Muitos jejuavam para pedir a vinda do Messias; também se jejuava para dizer a Deus, que mais importante do que o alimento material que sustenta o corpo, era o alimento da Salvação, que alimentava a alma. Ora se Jesus já estava no meio deles, convivendo com eles não havia razão para jejuar.
A Igreja hoje determina que se jejue na quarta feira de Cinzas e sexta Feira Santa e é claro que o jejum deve ser acompanhado de oração e caridade, sem isso, ele não têm sentido nenhum; aliás, aqui na comunidade costumamos dizer que jejum sem oração é regime para emagrecer.
O jejum recebe um sentido cristológico; pois Ele mesmo nos diz que enquanto o noivo estivesse aqui na terra não se jejuaria, mas quando fosse triado era para jejuarmos e como Ele morreu e ressuscitou estando à direita do Pai nós então jejuamos não mais pela vinda primeira, mas a definitiva onde o encontraremos e com Ele viveremos para toda a eternidade.
São João Paulo II, papa na Carta apostólica Mulieris dignatatem, §§26-27 nos ensina que a Eucaristia, verdadeiro alimento é dom de Cristo-Esposo para a Igreja-Esposa. Diz a carta: É na Eucaristia que, em primeiro lugar, se exprime de modo sacramental, o ato redentor de Cristo Esposo em relação à Igreja Esposa. O Concílio Vaticano II renovou na Igreja a consciência da universalidade do sacerdócio. Na Nova Aliança, há um só sacrifício e um só sacerdote: Cristo. Deste único sacerdócio participam todos os batizados, tanto homens como mulheres, enquanto devem oferecer-se a si mesmos como vítima viva, santa, agradável a Deus (cf Rm 12,1), dar em toda parte testemunho de Cristo e, a quem pergunte dar uma resposta acerca da esperança da vida eterna (cf 1 Pdr 3,15). Na Igreja, todos participam, não só da missão sacerdotal, mas também da missão profética e real de Cristo Messias. Esta participação determina, igualmente, a união orgânica da Igreja, como Povo de Deus, com Cristo. Nela se exprime ao mesmo tempo o grande mistério da Carta aos Efésios: a Esposa unida ao seu Esposo, unida porque vive a sua vida; unida porque participa na sua tríplice missão; unida de maneira a responder com um dom sincero de si mesma ao dom inefável do amor do Esposo, Redentor do mundo. Isto diz respeito a toda a Igreja, tanto a mulheres como a homens, e diz respeito obviamente também àqueles que participam do sacerdócio ministerial, que é por natureza um serviço. No âmbito do grande mistério de Cristo e da Igreja, todos são chamados a responder – como uma esposa – com o dom da sua vida ao dom inefável do amor de Cristo, o qual, como Redentor do mundo, é o único Esposo da Igreja.
No livro do profeta Amós depois de tantas denúncias e acusações, de duras e amargas predições, termina com palavras de alento e de esperança. Deus usará graça e misericórdia para com seu povo. Assim como aquele povo nós hoje somos convidados a nos alegrar com as promessas de Deus. Graças à sua infinita misericórdia depois de caminharmos nesta terra em meio a dores e sofrimentos, vem a alegria e se o último versículo do livro de Amós promete essa festa, essa alegria definitiva; nós cristãos sabemos que ela está em Cristo Jesus que nos ressuscitará no último dia para estarmos junto d’Ele por toda a eternidade.

Rezemos com o Salmista: Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus. O Senhor anunciará a paz para o seu povo. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Am 9,11-15 
Salmo: 84
Evangelho: Mateus 9,14-17