Quinta Feira – 28ª. Semana Comum

22405584_1461973443887876_2025915100319982547_nAmados irmãos e irmãs
“Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros. E assim se pedirá conta a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo…”.
Os doutores da Lei e os fariseus eram conhecedores da lei e, no entanto mais atrapalhavam do que ajudavam o povo na caminhada de fé. Em nossas comunidades conseguimos identificar membros assim? Será que ainda existem aqueles que são donos do conhecimento religioso que ao invés de se tornar facilitadores se tornam aproveitadores para explorar e oprimir o povo.
Jesus os acusava de matar e fazer belos túmulos para os profetas que Deus enviava e hoje em nossas comunidades não se mata as pessoas, mas sim os dons que elas têm a oferecer são sufocados.
Peçamos a Deus a humildade para não nos tornarmos doutores que não entram no Espírito Cristão e se tornam obstáculos para os outros. Aí de nós se agirmos assim, pois iremos um dia responder diante de Deus.
Os profetas eram homens de Deus, portadores da Palavra de Deus; suscitavam a esperança, denunciavam os crimes, desvelavam a infidelidade à Aliança, anunciavam o amor sem limites de Deus por seu povo e justamente por isto atrapalhavam os planos nefastos de alguns que por isto matavam os profetas. Que falta que os profetas nos fazem! O mundo precisa de homens e mulheres que profetizem, isto é, que anunciem o bem e denunciem o mal e tudo que é desumano. A onda da desesperança que cresce no nosso meio, mesmo entre os cristãos; os mestres da Lei de hoje somos todos nós que pregamos a Palavra, mas não a vivenciamos. Nós somos cooperadores na construção do reino e então é mais do que necessário para as gerações futuras o grande motivo de esperança para que aqueles que ainda não conseguiram penetrar nos mistérios da Salvação de Jesus tenham um caminho seguro para trilhar.
Na sua primeira homilia, depois de sua eleição, o Papa Francisco disse: “Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, algo está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor…”. “Quem não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo”. A Igreja de Cristo não pode ficar na somente no discurso e muito menos só na filantropia; é necessário fazer com que a salvação faça parte de nossa própria vida para que possamos levá-la também aos demais.
Na leitura da carta de são Paulo aos romanos vemos que na plenitude dos tempos Deus enviou Jesus como mediador da nova Aliança, para ser o centro da história da salvação. A fé e só a fé pode fazer com que coloquemos Jesus no centro de nossas vidas. Ao lado da fé está a esperança que como virtude infelizmente foi esquecida até pelos cristãos e isto porque habituados a ver o mal que grassa no mundo e se espalha pelas redes sociais acabam achando que tudo está perdido e nada mais vale apena. Apesar da evolução e avanço das ciências que nos faz sentir cultos e civilizados, assistimos a formas de crueldade e violência impensáveis. Paulo dizia aos romanos e nós podemos repetir hoje: todos nós pecamos e por isto estamos privados da glória de Deus (Rm 3, 23). É preciso clamar a misericórdia de Deus, sem a qual não conseguimos tornar-nos justos. Quem prescinde da misericórdia age como um autêntico fariseu.
Rezemos com o Salmista: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero. Amém.

Reflexão feita pelo Diácono Irmão Francisco 
Fundador da Comunidade Missionária Divina Misericórdia

1ª. Leitura: Rm 3,21-30
Salmo: 129
Evangelho: Lucas 11,47-54